Fred Alves
Foi sepultado no final da tarde da terça-feira, 7 de janeiro, no cemitério de Pedro Afonso, o corpó da senhora Adelaide Carmo Vanderlei, de 88 anos, matriarca de uma das famílias mais tradicionais do município. Ela estava internada em um hospital particular de Palmas há mais de um mês e meio, e faleceu na manhã da última segunda-feira, 6,vítima de complicações respiratórias.
O velório aconteceu em sua residência, localizada na Rua Barão do Rio Branco, quase em frente à Câmara Municipal de Pedro Afonso.
Foi decretado luto oficial de três dias.
Dona Adelaide era viúva de Antônio Lisboa Vanderlei, que morreu em 2003, e mãe de cinco filhos.
Em 1952 ela se mudou com o marido, Antônio Lisboa Vanderlei, de Riachão (MA) para uma fazenda, em Pedro Afonso, onde residiram durante cinco anos. O casal veio com os dois filhos (José Lisboa Vanderlei e Edmar Vanderlei Amorim), que nasceram na terra de origem.
Depois de fixarem residência no então Norte Goiano, eles se mudaram para Bom Jesus do Tocantins, em 1958. Dois anos mais tarde, se estabeleceram na Rua Anhanguera, também em Pedro Afonso. E de lá, eles fixaram moradia definitiva, em 1970, na Rua Barão do Rio Branco, onde viveram até os últimos dias de vida.
Em entrevista concedida em julho de 2013 ao CNN, Dona Adelaide contou que após se fixarem no Norte Goiano, ela e o esposo tiveram mais um casal de filhos (Maria Paz Vanderlei Santos e Antônio Filho) e adotoram outro, Getúlio Souza Cardoso. Quando o marido decidiu vir para a região, ela relata que ficou muito triste, pois toda a família estava no Maranhão. Mas, após a mudança, se acostumou com a nova realidade e aprendeu a gostar de Pedro Afonso. “Era muito atrasadinho, mas melhorou muito. Quando cheguei aqui, ali (apontou em direção ao Setor Aeroporto) era o aeroporto. Tinha linha da Varig. Pra acolá (no Setor Aeroporto 1), era mato. Tudo era mato. Lá no Setor Maria Galvão era a chácara nossa de tirar leite”, relembrou a matriarca da família Lisboa Vanderlei.
Os primeiro anos na região foram cheios de desafios para a família. Segundo Dona Adelaide, enquanto o marido ficava na fazenda, ela precisava se desdobrar para cuidar da casa e dos filhos. “Ele trabalhava na zona rural e eu trabalhava em casa. Tinha que fazer comida para levar os meninos para a escola. Além dos meus (filhos), tinha os dos outros. Eu cozinhava na lenha, no caipira. Água tinha que buscar no rio. Não tinha gás, não tinha energia. Era lamparina. O arroz saía pisado no pilão. Não tinha máquina para limpar arroz. Carro, só tinha o trator do Antônio Noleto. Era difícil. Era muito sofrimento”, confidenciou.
Católica praticante, Dona Adelaide é lembrada pela vizinha e amiga Odina Maranhã Sá de Andrade como uma pessoa que mesmo com quase 90 anos era muita ativa. “A casa da Dona Adelaide estava sempre cheia e quem a visitava sempre era bem recebida. Ela é uma pessoa que fez história em Pedro Afonso e vai fazer muito falta”, lamenta Odina Maranhão. (Com informações de Augusto Rocha)