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Casas são derrubadas durante reintegração de posse em Bom Jesus

26/12/2013 17h01 - Atualizado em 26/12/2013 17h01

Fábio Lucas Vieira

Na manhã da quarta-feira, 18 de dezembro, a justiça de Pedro Afonso deu início à reintegração de posse de uma área do Setor Aeroporto, no município de Bom Jesus. A operação teve início por volta das 8 horas e contou com apoio das Polícias Civil e Militar. O Oficial de Justiça da comarca de Pedro Afonso, Ricardo Gomes, diz que “a área pertence à União de Bom Jesus e a Justiça está ali para cumprir seu papel e retirar as construções irregulares que estão no local e, assim, cumprir o mandado de reintegração de posse”.

Atualmente existem 85 casas na região, sendo que algumas ainda estão em fase de construção, enquanto outras já estão prontas e servem de moradia para famílias inteiras. É o caso de Carlito Benício, que teve sua casa demolida. Ele morava no local desde agosto de 2012 com o restante da família. Ele afirma que já investiu R$ 40 mil na compra e melhorias no imóvel. Indignado com a ação, Carlito diz que os moradores estão sendo tratados como invasores. “Nós não invadimos nada. As casas foram construídas em terrenos dado pelo ex-prefeito. Isso que está acontecendo é um ato terrorista”, reclama o morador.

De acordo com a defensora pública, Tereza de Maria Bonfim, que também acompanhou a ação, a princípio todas as casas e construções seriam derrubadas. “A Defensoria Pública foi procurada por alguns moradores e solicitou à prefeitura que fosse analisado cada caso. Então a Secretaria de Ação Social fez uma análise da situação sócio-econômica e cadastrou as famílias de baixa renda, que poderão permanecer no local”, afirma a defensora. Entre os critérios de avaliação da situação de cada família está o cadastro em benefícios do Governo Federal. Tereza de Maria ainda afirma que na área ocupada existem pessoas com mais de um imóvel na região ou que alugou a casa e foi morar em outro lugar. “Nesses casos não há o que fazer”, destaca a defensora.

Civaldo Ferreira possui um terreno no local e a casa ainda está em fase de construção. Ele e a família fazem parte dos beneficiados que não tiveram a obra derrubada e o terreno desapropriado. No entanto, Civaldo reprova a ação da prefeitura. “Aqui tem muitas famílias que precisam e só não estão construindo por que não tem condições. Isso tá muito errado, por que se dá pra um tem que dar pra todos”, afirma o morador.

De acordo com a prefeitura de Bom Jesus, a área será destinada para um loteamento que beneficiará os moradores do município que realmente necessitam de moradia. Trinta e duas famílias já foram cadastradas. 
 

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