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Morre Manoel Calafate, conhecido construtor de barcos pedroafonsino

23/10/2013 10h02 - Atualizado em 15/04/2014 17h09
Morre Manoel Calafate, conhecido construtor de barcos pedroafonsino
Álbum de família

Fabricio Rocha

Faleceu na madrugada da terça-feira, 1º de outubro, em Pedro Afonso, o senhor Manoel Alves da Rocha, 86 anos, popularmente conhecido como Manoel Calafate, apelido decorrente da profissão que escolheu para viver e construir sua história, como um dos grandes construtores de barcos do seu tempo, aqui em nossa região. Ele foi vitima de uma parada cardiorrespiratória em sua residência, decorrente de complicações de uma Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que já o debilitava por um longo período.

Manoel Alves da Rocha deixa a esposa Magnólia, 12 filhos, 21 netos e 20 bisnetos.

Segundo a professora aposentada Teresinha Ferreira Silva, Manoel Calafate pertence aos homens que se destacaram no oficio de construir motores na região. “Ele foi um dos maiores construtores de barcos da região, teve um relevante papel na época em que as pessoas dependiam exclusivamente deste meio de transporte. A maioria dos barcos que navegaram aqui na região teve seu talento e trabalho a serviço”, afirmou a educadora.

“Nossa família está de luto, foi um pai maravilhoso, trabalhou muito para nos criar, somos eternamente gratos pelos exemplos de pai e por tudo que fez por nós”, afirmou seu filho caçula, o enfermeiro Gleydson Alves Noleto.

O corpo foi sepultado na manhã desta quarta-feira, 2 às 8 horas, no Cemitério Municipal de Pedro Afonso.

Histórico
Manoel Alves da Rocha nasceu na cidade piauiense de Uruçuí, em 07 de outubro de 1926, filho do casal de lavradores Maria Rocha e Antônio Alves. Ainda adolescente, num período em que residiu em Carolina (MA) aprendeu o oficio de calafetador, profissão cuja a função é vedar com estopa, introduzida à força, as junturas, buracos ou fendas de uma embarcação, para impedir penetração da água.

Chegou a Pedro Afonso nos anos 50, influenciado pela importância da região como principal porto fluvial do então norte goiano, uma vez que desenvolveu grande habilidade na a arte de calafetar, e também de construir canoas, botes e motores, ao lado de outros célebres parceiros pedronafinos, como os senhores Gonzaga, Vicente Balinha, Mestre Eustáquio e Acetidio, que além de fazerem os barcos da cidade, eram também os construtores da maioria dos barcos que navegavam na rota do Tocantins-Araguaia. 

Os barco eram fabricados para serem utilizados na navegação, principlamente nos rios Sono, Tocantins e Araguaia. Até 1970, quando foi ativada a rodovia Belém- Brasilia, as embarcações eram os principais meios de tranporte do interior do país.

Em 11 de janeiro de 1956 casou-se com Magnólia Alves Noleto, desta união teve seus 12 filhos: Ivanilton, Iranilton, Silvia, Maria Eudes, Uzenir, Marineide, Lena, Irailton Magvânia, Betânia, Gleydson, Janaina. E também 21 netos e 10 bisnetos. 
 

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