Marcelo Gris
Administrador, Jornalista, Especialista em Gestão Pública, Especialista em Tecnologias e Professor Universitário.
E-mail: [email protected] - Twitter: @marcelogris
Agora não dá mais para esconder, a crise chegou ao Tocantins, e ela “pegou de vez” a população que volta das férias tradicionais nas praias de rio do estado. Este fenômeno, interpretado de diversas formas, têm deixado muitas pessoas com dor de cabeça e inúmeras perguntas em mente, dentre elas: O que fazer agora? Que crise é esta?
No início do mês, quando a temporada de praias ainda nem tinha iniciado, cerca de 90 prefeitos já sinalizavam que as coisas não estavam boas ao interditarem a BR-153 em Paraíso do Tocantins, em protesto contra a forma de divisão dos recursos públicos entre União, Estados e Municípios. O movimento, apoiado por quase todos os 139 prefeitos do Estado e liderado pelo Presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), o Prefeito de Almas, Leonardo Sette Cintra, foi um dos primeiros indícios á nível estadual de que a crise estaria muito próxima da realidade dos tocantinenses.
Em seguida, prefeituras, governo estadual, Assembleia Legislativa, Câmaras Municipais e até o próprio governo federal, começaram a anunciar verdadeiras avalanches em reduções de alguns investimentos, demissão de comissionados e contratados, gerando consequentemente um impacto negativo na economia do estado, que como todos sabem (isso não é novidade), infelizmente ainda sobrevive do funcionalismo público.
Para piorar a situação, o período de julho, que tradicionalmente já é enfraquecido pela consequente inatividade econômica no estado (sazonalidade), acaba aumentando a sensação de que a economia parou. Pode até ser que os números não reflitam esta sensação, mas de fato o impacto das medidas adotadas pelos gestores públicos também não ajudam muito. Afinal, se querem passar a impressão de que tudo está bem, por que adotar medidas como a demissão dos servidores comissionados?
Outra das sensações aparentes que acabam ficando no ar, é de que há mais “medo” do que “cautela”. Explico melhor esta questão: “Há mais medo de cair na Lei de Responsabilidade Fiscal, que consequentemente suja a ficha de futuros candidatos em 2014, do que cautela nos gastos públicos, afinal, muitos não escondem que estão com os olhos voltados para o próximo pleito."
E nós ainda nem bem voltamos das férias, momento de descanso, relaxamento e prazer, para já termos que nos preocupar com a garantia de nossa empregabilidade e sustento de nossas proles. Por favor governantes, se estou errado, me convençam disso, nunca pedi tanto para ser contrariado!