Lia Raquel Mascarenhas Lacerda
Uma pedroafonsina de coração e alma. Filha de Antonio Limeira Lacerda e Mávia M. Lacerda.
Fico de longe admirando os encantos, as mudanças, o balançar da alegria. Vejo-te já tão crescida, tão madura, terra de Frei Rafael de Taggia, terra de todos. Eu a tenho guardada dentro de um quarto construído com amor, colocado em meu coração. Tu moras lá dentro há um pouco mais de 23 anos.
Ilha abençoada, lugar de encontros mil. Acolhedora, berço de gente grande, dona de nascedouros de felicidade sem limites. Minha bússola pessoal insiste em apontar à Travessia dos Gentios. Eu sigo e não me canso. É aqui que o meu sussurrar poético sempre grita e acaba me invadindo com mais poesia. Poesia com cheiro de Rio Sono, com cheiro de sol que avança no calor, cheiro de encontro de águas, cheiro da saudosa Rua 8. Esses cheiros se encontram diariamente. Confesso que a fragrância é invejável.
A vida só é vivida se assim for colorida de amor. Aqui, eu aprendi a colorir desse jeito, sem borrões, sem rasuras. Foi com esse grandioso sentimento que cresci brincando nessa poesia - de bandeirinha, de pés descalços, vestida com a tal da felicidade. Tenho um prazer abençoado enclausurado nos meus versos; prazer de fazer parte dessa história, desse povo que não precisa pedir riso emprestado a ninguém.
Minha poesia, como toda boa menina, cresceu. Revoltou-se, como fruto da adolescência. Foi vitoriosa. Libertou o jegue. Foi guerreira. Embarcou muitos sonhos antigos e continua a embarcar nas suas águas, nas suas avenidas. De arraial à bela cidade, “Cartão de visita do Tocantins”. Hoje, somam-se muitas décadas, muitos lampejos, estórias e histórias. Progresso dos versos, das rimas, do povo.
A meteorologia sempre indica tempo bom para cá. Dizem as boas línguas que boa parte da felicidade veio fazer morada e daqui não quis mais sair. Não é estória de pescador, mas se ainda fosse, eu continuaria acreditando pela beleza, pela vida que aqui renasce sempre. Eu a tenho como poesia celestial. Como uma jovem um pouco mais experiente. Amada Pedro Afonso, minha poesia centenária.