Em um dia no qual até mesmo o Sol resolveu aparecer no céu da chuvosa capital mato-grossense para prestigiar os alunos-atletas corredores durante a prova mais rápida do Atletismo, o velocista tocantinense Weider dos Santos terminou ganhando um espectador de luxo, que acompanhou de camarote a conquista da terceira colocação por parte do representante do Tocantins nas Olimpíadas Escolares da categoria 15 a 17 anos, que ocorre em Cuiabá, na prova dos 100 metros rasos.
Maduro e focado como poucos jovens de 16 anos demonstram ser, Weider chegou ao local dos Jogos, na pista de atletismo da Universidade Federal do Mato Grosso, confiante no potencial que tem e determinado a conquistar uma medalha olímpica estudantil. Não à toa, o “Darth Vader”, como estava sendo chamado pelos colegas de delegação, em referência a um personagem do conceituado filme “Star Wars”, fez uma corrida espetacular, chegando muito próximo dos dois primeiros colocados, realizando, assim, o primeiro sonho que dizia ter na vida. “Eu sempre sonhei em poder subir ao pódio enrolado na bandeira do Tocantins, para receber uma premiação. Felizmente, fiz uma boa largada e consegui correr bem, mas me faltou perna no final, tanto que piorei o meu tempo, o que não faz diferença, pois a medalha é o que importa”, disse o aluno-atleta, que, na prova de classificação para a final, percorreu os 100 metros em 11’22 segundos, enquanto na finalíssima em 11’34.
Olimpíada estudantil australiana
Como todo atleta de sucesso precisa não só do dom que possui no esporte, mas, também, da sorte, Weider, apesar da terceira colocação, já está pré-selecionado para integrar a equipe brasileira que vai participar, no início de 2013, do Festival Olímpico da Juventude da Austrália. O fator sorte veio com o fato de que os dois primeiros colocados nos 100 metros rasos das Olimpíadas Escolares são nascidos em 1995, enquanto um dos pré-requisitos da seletiva é que os selecionáveis devem ser de 1996, caso do tocantinense, ou 1997; o que foi muito comemorado. “Eu sei que tive muita sorte com esta questão da idade, mas, mesmo assim, eu mostrei qualidade para chegar a ter a chance de já estar pré-selecionado. Competir fora como atleta da seleção brasileira vai ser maravilhoso. Um outro sonho meu vai poder ser realizado: conquistar uma medalha enrolado na bandeira do Brasil. Como a competição está próxima, eu vou seguir treinando e vou perder as minhas férias por isto, mas eu nunca estive tão feliz por perder o descanso das férias como agora”, brincou o velocista.
Classificação para a semifinal dos 200 metros
Mesmo não sendo especialista na prova dos 200 metros, Weider conquistou ainda uma vaga na semifinal da disputa, a ser disputada nesta quarta-feira, 28, mostrando versatilidade e resistência muscular. Consciente de que isto pode chamar a atenção positiva dos olheiros que o observam durante o evento, o tocantinense disse que fará o possível para brigar por uma nova medalha. “Os 200 metros não é a minha prova forte, mas eu consegui dosar bem a força que fiz para me classificar e acredito que posso ir para a final. É importante mostrar que posso correr outras provas também; tem olheiros analisando os atletas e esta é uma ótima oportunidade para mim”, afirmou dos Santos.
Descoberto “por acaso”
Antes praticante de Basquete e Futsal, Weider foi descoberto por um professor, conforme ele mesmo explicou. “Eu nem pensava em ser corredor, nem sabia que teria chance neste esporte. Foi o meu antigo professor Roberto que me viu correndo durante os jogos e me chamou para fazer uns testes, pois viu talento em mim. Por isto eu agradeço muito a ele, que me descobriu. Mas, antes de tudo, agradeço a Deus, aos meus pais e amigos, que sempre me incentivaram, a todos os professores que tive e me ajudaram direta ou indiretamente, principalmente o meu atual técnico, o Francisco Balbé. Eu gostaria de enviar um abraço também para a nutricionista Soraya Dodero, que vem me ajudando sem cobrar nada, e ao casal Fernando e Grazi, que me deram a sapatilha para eu competir melhor aqui”, falou o velocista tocantinense, parecendo já ensaiar as declarações que fará daqui para frente, como atleta do Tocantins, do Brasil. (Ascom Seduc / Marcus Mesquita)