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Polícia Civil indicia nove vereadores de Dianópolis

11/05/2012 07h49 - Atualizado em 11/05/2012 07h49

Debora Ciany/Jornal do Tocantins
Nove vereadores e dois servidores foram indiciados após conclusão de inquérito da Polícia Civil sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio do uso ilícito de diárias por vereadores de Dianópolis, cidade na região sudeste do Estado.
A conclusão do inquérito ocorre após quase um ano de investigações baseadas na denúncia do vereador Hagahus Neto (PSD) feita ao MPE em fevereiro de 2011. Neto também foi indiciado, mas não por crime.

As investigações culminaram na Operação Diárias, deflagrada há três meses pela Polícia Civil. Para os investigadores, na época sérias suspeitas recaíam sobre cinco parlamentares; o atual presidente da Câmara de Dianópolis, vereador Osvaldo Baratins (PMDB), o vereador e ex-presidente da casa, Regis Melo (PSC), e os vereadores Rafael Campos Almeida (PSD), Ferdinando Carvalho Bonfim (PV) e Elaci Silva (PT). No desenrolar das apurações a polícia ainda apontou como participantes do suposto esquema, os vereadores Carlos Sergio Rodrigues (PSD) e Carlos Guilherme Gonçalves Quidute (PRB) além da vereadora Luciana Lopes Alves (PR) e as servidoras administrativas Adriana Reis Silva e Sousa indiciada por peculato e formação de quadrilha, Keysila Monteiro Freire Rodrigues, acusada de peculato e já exonerada do cargo.


A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão e recolheu documentos oficiais, como balancetes financeiros de gabinetes e dos setores administrativos da Câmara Municipal. Os parlamentares ouvidos pelo Jornal do Tocantins negaram as ações fraudulentas. Osvaldo Baratins (PMDB), indiciado pelos crimes de ordenação de despesa não autorizada por Lei, peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha disse que vai provar a inocência. "Essas acusações são inverídicas, as diárias recebidas foram por trabalhos comprovadamente prestados ao município", destacou.


Regis Mello, que pode vir a responder pela mesma acusação, disse que retornaria a ligação para comentar o caso, mas não voltou a fazer contato até o fechamento desta edição.
Elacy Silva de Oliveira Guimarães e Rafael Campos de Almeida foram indiciados por peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha. Elacy disse que está tranquila e que ainda não há processo e nem denúncia contra nenhum dos vereadores e não puderam apresentar suas defesas à Justiça, já Rafael Campos acrescentou que o uso das diárias foi dentro do que prevê a Constituição Federal, e que vai provar na Justiça que nada há de irregular contra ele.


Os parlamentares Ferdinando Ferreira Carvalho, Carlos Sergio Rodrigues e Carlos Guilherme Gonçalves Quidute, que podem vir a responder pelos crimes de peculato e corrupção passiva, também negaram as acusações. Para Carvalho, as viagens foram todas regulares e há documentação comprobatória. Já Guilherme Gonçalves disse que foi indiciado devido a um erro admirativo da Câmara. "Houve um erro de digitação no balancete que foi impresso na mesma data do livro de presença no plenário, mas estou disposto a prestar qualquer esclarecimento à justiça", justificou.


A vereadora Luciana Lopes Alves foi indiciada por peculato ressaltou que vai esperar a decisão da Justiça e que está tranquila em relação às denúncias. Rodrigues não foi localizado para comentar as denúncias. O presidente da Câmara afirmou ainda desconhecer qualquer não ato ilícito por parte das duas servidoras também indiciadas.

Histórico
Para a polícia, em 2009 a Câmara de Dianópolis teve R$ 55.800,00 gastos em diárias. Em 2010 o valor foi de R$ 27.400,00 e em 2011 a quantia chegou a R$ 38.400,00. O MPE deve oferecer denúncia sobre o caso nos próximos 15 dias.

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