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Até pouco tempo, o engenheiro Cláudio Dias Abreu era apenas o diretor regional de uma grande construtora - a Delta. A Operação Monte Carlo, no entanto, trouxe à tona um operador dos mais diversos negócios.Abreu mantinha um patrimônio incompatível com seus rendimentos. Em 2008, ele declarou ter recebido R$ 320,9 mil. Naquele mesmo ano, o ex-diretor regional da Delta começou a construção de uma casa no condomínio Alphaville, em Goiânia, e pediu um empréstimo para Rossine Aires Guimarães, outro citado nas investigações, para finalizar a obra. O valor foi de R$ 950 mil. "O patrimônio de Cláudio cresce acima dos rendimentos e passa de R$1,3 milhão para R$ 2,1 milhões", destacou a Receita.
Dentre os itens que determinaram o patrimônio descoberto estão a aquisição de três salas comerciais em Palmas, um apartamento em Caldas Novas (GO), um veículo Mercedes ao custo de R$ 188 mil e outros sete imóveis residenciais e comerciais, indicam os auditores. Abreu teria ainda quitado o empréstimo com Rossine e obtido um novo crédito, de R$ 1,1 milhão. Os rendimentos tributáveis recebidos por Abreu são todos da Delta.
Em reportagem a revista Isto É desta semana mostra o envolvimento do empresário Marcelo Henrique Limírio, do grupo Hupermarcas que controlaria a Neo Química, como sócio de Cachoeira no Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), que produz testes laboratoriais e faturou R$ 10 milhões em 2010, segundo a PF. Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o nome de Limírio aparece na relação de doadores para o Comitê Financeiro Único do PSDB no Tocantins, partido do governador Siqueira Campos. O empresário teria doado R$ 300 mil ao comitê que em nota apenas explicou a finalidade dos recursos arrecadados durante a campanha de 2010.
A Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), também em nota, disse que as empresas Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), Vitapan e Neoquímica não têm contrato com o Governo do Estado. (com Emerson Alencar/Jornal do Tocantins)