Educação e Cultura

MEMÓRIA VIVA

Colégio Cristo Rei completa 70 anos sendo referência na educação e orgulho para a comunidade

10/08/2022 18h36 - Atualizado em 24/08/2022 09h46

Fred Alves e Wellitânia Pereira 

A quarta-feira, 10 de agosto de 2022, foi especial não só para Pedro Afonso, mas também para o Tocantins. Nesta data, o Colégio Cristo Rei comemora 70 anos de história.

Desde a sua fundação, quando nossa região ainda fazia parte do esquecido norte goiano, a instituição é referência em educação sendo responsável pela formação de milhares de pessoas que se destacam em diferentes áreas mundo afora.

A comemoração contou com a já tradicional hora cívica, benção com o padre José Hemerson e a premiação dos alunos destaques do mês de julho. Além disso, ao longo do dia foram publicados nas redes sociais vídeos com depoimentos de ex-alunos da falando da importância do Cristo Rei em suas vidas.



Atualmente o Cristo Rei conta com 505 alunos do ensino médio nos três turnos. Um total de 53 servidores trabalha no colégio, que tem como gestora Eliézia dos Santos Campos.

O nascimento
Tudo começou após o novo vigário Padre Pedro Pereira Piagem - que muito anos depois se tornou monsenhor - tomar posse na Paróquia São Pedro, em 1949. O livro Dom Alano, O Missionário do Tocantins, escrito pelo mesmo em parceria com Padre Cicero, a obra também narra os primórdios da instituição e relata os motivos que levaram à implantação do Ginásio Cristo Rei, como era conhecido na época, em Pedro Afonso.

A cidade foi descrita pelos autores da seguinte forma: “uma cidade muito problemática, com procedentes não muito alvisseiros: indiferentismo religioso, apego ao mundanismo com bailes e bebedeiras, rixa, inimizades e vingança, indo até o derramamento de sangue e a politicagem” (página 95).

O nascimento do Ginásio Cristo Rei era uma resposta a este cenário corrompido que o novo vigário buscaria mudar através de uma educação de cunho laico. O religioso pensou em um novo recomeço para a sociedade, principalmente focada na juventude que era o alvo principal do cenário caótico, que estava afastada de tudo o que educa, como descreveram acima os autores. A princípio, a fórmula que o Padre Pedro Pereira Piagem encontrou para atrair os jovens e suas famílias foi o esporte e a escola.

No final de 1952, um grupo de visionários educadores locais liderados pelo padre iniciava os primeiros alicerces do Colégio Cristo Rei. Eram eles: Padre Cícero José de Sousa, Dr. Átila Gomes de Carvalho, Dr. Gabriel Barbosa Andrade, Luzia Martins, Maria de Nazaré Noleto, Pedrolina Zanina, Maria da Paixão Santiago, Elza Santiago e Valderedo Lima. Mais tarde, como relata o livro, vieram a ter no corpo docente a ajuda do eficiente professor Antônio Belarmino Filho, que fez história ao ministrar suas célebres aulas de Português e Latim, e hoje dá nome à escola de tempo integral inaugurada recentemente em Pedro Afonso.

No começo, a escola foi lançada em caráter particular e sob regime de inteira gratuidade. Dessa forma, pode acolher todos os alunos, inclusive os mais carentes.

Os fundadores do Ginásio Cristo Rei reuniram com urgência para elabora o estatuto (clique aqui e confira o estatuto e o relato, feito na época, sobre como foi a criação da escola) do novo ginásio a fim de aproveitar o tempo hábil para iniciar o processo no Ministério da Educação e Cultura (MEC), antes do fim do ano de 1952, com o objetivo de assegurar a verba com a qual haveria de ser instalado e equipado.

Como relata o livro Dom Alano, o Missionário do Tocantins: “o ano de 1953 seria de grande preparação do elemento material e humano para a oficialização do ginásio. Durante o período se mantinha o curso de Admissão que era obrigatório para cursar o ginásio. No fim do mesmo ano veio a Inspeção Federal que autorizou, através do MEC, para funcionar oficialmente aos 7 dias do mês de março de 1954. (página 95).

Realidade

No ano de 1955, o Colégio Cristo Rei já pode receber aproximadamente 100 alunos na Admissão, 1ª e 2ª séries. Daí em diante, as matriculas só triplicavam e a instituição ganhava notoriedade além das fronteiras de Goiás, recebendo alunos oriundos de todas as cidades do estado, e ainda de estados vizinhos como Pará e Maranhão, pois as famílias buscavam na instituição uma educação de qualidade que além de oferecer um criterioso currículo educacional, também preparava os alunos para a vida, ou seja, a educação humanística e religiosa pautada nos valores éticos e humanos. Tudo isto, com a orientação de conceituados professores que se qualificavam com frequência na capital federal, na ocasião o Rio de Janeiro.

CENOG
Quando o Padre Pedro Pereira Piagem deixou Pedro Afonso no dia 11 de outubro de 1955, a obra ficou sobre responsabilidade do Padre Cicero e do Professor Rui Rodrigues da Silva, que veio assumir a direção, sendo um dos grandes nomes da escola ao fundar nas suas dependências, em 1959, a Casa do Estudante do Norte Goiano (CENOG), como relata a tese de mestrado da escritora Jociléia Santana. A Cenog teve fundamental importância na causa separatista do antigo norte goiano.
Contribuição de religiosos e orgulho para a comunidade.

Em 1960, vieram os padres redentoristas irlandeses e o Padre José Hanrahan, especialmente escolhido, veio dirigir o Ginásio Cristo Rei, que teve momentos de glória também ao ser gerido pelas Irmãs da Assunção, com destaque para a Madre GerMadre Gertrudes, que era extremante criteriosa na formação humaní dos alunos. Nesta época, a sociedade pedroafonsina tinha o Ginásio Cristo Rei como bem de valor educacional e cultural inquestionável, motivo de extremo orgulho para toda a comunidade.

As Irmãs Palotinas também deram suas valorosas contribuições na direção da escola. A última delas, Irmã Anely Bartolotto, ficou conhecida pela organização impecável e pelo comprometimento de causa na educação.



 

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