Pérola Venâncio e Fred Alves
O agricultor Pedro Afonso Tavares sempre acreditou na diversificação de culturas como forma de sustentabilidade e aumento de renda. Por dez anos, ele produziu abacaxi, eucalipto e soja. Atualmente, sua propriedade de três mil hectares no município de Rio dos Bois, tem como principal fonte de renda a bovinocultura de corte, mas também produz feijão, melancia e a partir de 2020 apostou no plantio de caju – fruto típico da região com grandes chances de aproveitamento devido ao rápido desenvolvimento da planta no cerrado.
Inicialmente foram cultivadas três mil mudas de caju do tipo Anão Precoce, enxertados com os clones CCP 076 e BRS 226, em 15 hectares da Fazenda Cachoeira. A variedade desenvolvida pela Embrapa e adaptada ao nordeste brasileiro foi plantada no espaçamento de sete metros entre plantas, o que dá 200 mudas por hectares.
Em 2021, mais 15 hectares foram plantados com previsão de colheita no início do segundo semestre de 2022.
O plantio ocorreu em fevereiro e o sistema de produção adotado foi o de cultivo em irrigação por gotejamento. Três funcionários executam o trabalho.
Segundo o produtor, que mora em Pedro Afonso, até o momento foram investidos aproximadamente R$ 150 mil na produção.
O agricultor lembrou que uma das principais dificuldades no início foi a falta de pesquisa local para introdução da cultura. “Comprei as mudas no estado vizinho do Piauí, com dúvida em relação à adaptação das variedades disponíveis para o Tocantins”. disse.
Primeiros resultados
No último mês de julho foi iniciada a colheita que até o final de setembro já alcançou cerca de três mil quilos da fruta. A estimativa é que quantidade semelhante seja retirada dos cajueiros até o final de outubro, quando o trabalho será concluído.
Os frutos estão sendo comercializados, por R$ 5,00 a bandeja com sete cajus, em supermercados, verdurões e lanchonetes nas cidades de Pedro Afonso, Guaraí e Miracema do Tocantins. Segundo Pedro Afonso, conforme for aumentando a produção, a intenção é vender para outros estados e, futuramente, industrializar os cajus para produzir sucos, doces, castanha assada, entre outros alimentos.
“Resolvi plantar caju em 2020 porque vi uma oportunidade de produzir um fruto típico da região e que pode ter 100% de aproveitamento. Tive um resultado bastante satisfatório, devido ao rápido desenvolvimento das plantas, os frutos já colhidos são de muita boa qualidade, principalmente quanto a aparência, tamanho e doçura”, relatou o produtor otimista.
Pedro Afonso também abre as portas de sua fazenda para interessados pela cultura. “Espero que outros agricultores se interessem pela cultura do cajueiro para tornar a nossa região um polo produtor de frutas gerando emprego e renda para muitos trabalhadores”.