Gylwander Peres
Especialista em Instituições e Processos Políticos do Legislativo, em Administração Pública e Pesquisador do Centro de Formação da Câmara dos Deputados.
Os grandes desafios sociais, econômicos e ambientais para a primeira metade do século 21 ocorrem nas pequenas e grandes cidades. Este fato tem exigido dos gestores públicos, de representantes da sociedade civil e moradores soluções internas, inteligentes e muitas vezes independentes do âmbito estadual e federal. Diante deste fato, recai sobre as comunidades locais a chance de preparar as nossas cidades para o futuro sob a ótica municipal e não de Estado.
Essa defesa de interferências externas é justificada na medida em que as peculiaridades de cada município fazem parte da história e do modo de vida de determinada localidade. Tais características são fundamentais para o desenvolvimento do sentimento de autorreconhecimento e adaptação de seus cidadãos aos mais variados aspectos geográficos, culturais e socioeconômicos de cada municipalidade do país.
Pedro Afonso faz parte do quadro socioeconômico e cultural do Estado do Tocantins com o agronegócio, com sua rica história e seu potencial turístico. É uma cidade quase bicentenária, pujante em posição estratégica a nível nacional e com vocação para o futuro. Ao longo de seus 174 anos, Pedro Afonso construiu uma história que une desenvolvimento com qualidade de vida, mostrando sua importância no segmento político, cultural para todo o estado de Tocantins e Região Norte.
A cidade acolhedora que nasceu com a chegada de Frei Rafael da Taggia e a sua ação missionária celebra 174 anos de história, garra, coragem e de desenvolvimento crescente. Características que encontramos no olhar de cada pedroafonsino, do mais novo até o mais velho, todos amantes desse tão interessante lugar.
Tendo como base econômica o agronegócio, o município é considerado hoje, a “Capital da Soja” e líder de exportação do Estado do Tocantins. Mas, para além da plantação de soja, temos aqui um setor que tem muito a crescer e movimentar a economia e o comércio varejista, que é o turismo ecológico.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município foi avaliado recentemente em 0,732, tornando Pedro Afonso uma das 20 melhores cidades para se viver da região norte do país. Outros aspectos como educação de qualidade, acesso à saúde e infraestrutura proporcionam aos pedroafonsinos destaque regional.
Com o seu Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 600 milhões anuais, a cidade tem como norte do seu desenvolvimento econômico o agronegócio, com predominância para a cultura da soja e usina açucoalcoleira, o que a coloca em posição de destaque como uma das cidades líderes em exportação do Tocantins.
Já a atenção dada a história é uma das características que mantém viva as nossas tradições e costumes e se perpetuam por quase dois séculos de existência.
Para as próximas décadas, um dos grandes desafios socioeconômicos do município é ampliar a produção do agronegócio, trabalhando com pouca margem de expansão de novas áreas. Isso pois, a expansão do setor depende da manutenção dos biomas que mantém o ciclo de chuvas e de água nos rios, cuja demanda para a agricultura e pecuária exigem enorme quantidade de recursos hídricos.
Tal constatação traz consigo a oportunidade de transformarmos a cidade em zona industrial do agronegócio. Esta, aliada à conclusão da BR 235, consolidará nossa posição geográfica estratégica a nível nacional, facilitando o escoamento da produção local e com chances de nascer uma importante base multimodal de transportes, que trará mais desenvolvimento para as regiões norte e centro-oeste do país.
Olhar para esses 174 anos de história é preservar a memória de todos que construíram de alguma forma a Pedro Afonso de hoje. Porém, tão importante quanto lembrarmos do ponto de partida é saber para onde queremos ir e quais caminhos devem ser percorridos para mantermos o êxito dessa pulsante cidade do norte do Brasil.