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ALTERNATIVA

Pesquisas mostram que a polinização na soja traz aumento de produtividade mútua

04/08/2021 15h32 - Atualizado em 11/08/2021 09h18

Diversas pesquisas científicas nacionais e internacionais têm tido resultados promissores sobre a utilização da polinização aplicada na agricultura, notadamente em culturas de grande interesse econômico para o Brasil, como café, laranja e soja. A integração no campo entre produtores rurais com apicultores têm favorecido uma relação de ganhos mútuos de produtividade, sustentabilidade, preservação do meio ambiente, além de resultados promissores no âmbito econômico e da qualidade dos produtos. Para fortalecer o setor produtivo apícola do Estado do Tocantins, um grupo de cientistas propõe essa inovação, através de inteligência artificial, que favorece a geração de bons negócios de forma prática e segura através de aplicativo de celular.

A tecnologia foi criada pela Startup AgroBee que possui o mesmo nome do aplicativo, e tem a finalidade de conectar criadores de abelhas com produtores rurais de maneira simples, por meio de um cadastro simplificado, que proporcionará acompanhamento online, segurança, geolocalização e avaliação em tempo real. Além de suporte técnico por uma equipe composta de cientistas, agrônomos, engenheiros e administradores que trabalham de forma ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. Os quais vêm contribuindo com a profissionalização dos processos de polinização assistida para o mercado apícola e agrícola do país, e que tem grandes perspectivas em terras tocantinenses.

Case de sucesso
A implementação da inovação que integra polinização em lavouras de soja, não é apenas um estudo científico mas tem aplicabilidade com resultados concretos no Brasil, em especial nas cidades de Capão Bonito/SP, Cajuru/SP, Piracicaba/SP e Mineiros/GO onde a startup AgroBee atuou na safra de 2020/21 em uma área de 74 hectares divididos em cinco lavouras que recebeu a implementação e integração que resultou em aumento da produção e vantagens econômicas mútuas aos envolvidos. Foi analisada a espécie correta para cultura em experimento e considerando o déficit de polinização existente.

Segundo a doutora e mestre em entomologia, Joyce Almeida-Dias, pesquisadora da Startup Agrobee, a área analisada teve um acréscimo de produtividade de grãos. “As colmeias de abelhas que permaneceram instaladas nas lavouras de soja tiveram um monitoramento rigoroso, sob as condições adequadas para os insetos como água, sol, além de segurança aos trabalhadores rurais. Desta forma a utilização do serviço de polinização assistida por ser uma prática sustentável e de respeito ao meio ambiente, tem viabilizado inúmeros benefícios agronômicos como a rentabilidade e qualidade em produtos”, afirmou.

Potencial da soja tocantinense
Ao se basear nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da safra 2020/2021, referente ao levantamento mensal de julho de 2021, com a colheita finalizada, o órgão estima que a produção de soja para a safra 2020/21 do país seja de 135,91 milhões de toneladas, com um pequeno ajuste positivo se comparado aos 135,86 milhões de toneladas divulgados na safra anterior, que representa um aumento de 8,9% em relação à safra anterior, que foi de 124,85 milhões de hectares. O aumento de produção foi motivado por um acréscimo de área de aproximadamente 4,2% e produtividade de 4,5%. Já o resultado de área foi incentivado principalmente pela alta dos preços internacionais, aliado ao dólar elevado de 2020.

A Conab afirma ainda que a região Norte atingiu 5.855,2 mil hectares de plantio, sendo 7,1% de incremento em relação à safra anterior. Mesmo com as dificuldades apresentadas pelo clima, não houve comprometimento nos níveis de produtividade média, e a produção atingiu 20.237,4 mil toneladas, representando incremento de 8,1% em relação ao exercício anterior.

No Tocantins, o cultivo da segunda safra de soja, irrigada ocorreu nos municípios de Lagoa da Confusão, Pium, Formoso do Araguaia e Dueré com o objetivo de produção de sementes. Uma área de grande potencial em que a cultura é semeada em sucessão à colheita do arroz irrigado de primeira safra e as lavouras se encontram em boas condições e estão em desenvolvimento vegetativo, com o manejo para variedades de ciclo longo, requerendo, em média, até quatro aplicações de pesticidas para o controle de pragas e doenças, de acordo com os dados de julho da Conab.

Expertise
Para o economista, Carlos Pamplona, o Tocantins tem grande potencial para desenvolver a polinização nas lavouras de soja. “É necessário que os apicultores, associações ou cooperativas do segmento e os sojicultores demonstrem interesse pela integração para que recebam esse aporte técnico – científico da AgroBee. Aproveitem a oportunidade para conhecer o manejo dessa inovação, troquem experiências com os cientistas, tirem suas dúvidas, saibam a importância do aluguel de colmeias por meio da AgroBee para que ao chegar o período de florada da soja de novembro a janeiro, sejam feitas as instalações das colmeias na lavoura de soja do Estado para que ambos tenham custo benefício”, explicou.

O Tocantins é um celeiro de oportunidade para o segmento de polinização na soja, devido a vocação agronômica, e o aluguel dessas colmeias aliada a tecnologia, expertise de profissionais na área, é possível fazer uso desse serviço focada em resultados promissores. Os apicultores interessados em se profissionalizar através dessa plataforma e os sojicultores que queiram essa preparação de colmeias em suas lavouras de soja, devem entrar em contato pelo www.agrobee.net.

“Nós garantimos que o serviço de polinização assistida e inteligente da AgroBee, aumenta a produtividade dos cultivos e contribui para a formação de frutos e sementes com aparência e qualidade superior, o que pode agregar valor de mercado aos produtos tocantinenses. É importante que se tenha ainda uma política de valorização desse serviço e proteção aos polinizadores, o que pode ser um fator decisivo para favorecer o aumento da produtividade e do diferencial da produção agrícola do país e do Estado do Tocantins, dessa forma temos que valorizar o que há de melhor na região, afirma a cientista do segmento”, Andresa A. Berretta. (Da Ascom Seinc/TO)

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