Educação e Cultura

OPINIÃO DO LEITOR

A minha responsabilidade com a pandemia

24/05/2021 16h12 - Atualizado em 27/05/2021 14h36

Daniel Felipe Rigoli
Enfermeiro, especialista em urgência e emergência e obstetrícia, e servidor da Secretaria Municipal de Saúde de Pedro Afonso.

Uma pandemia nos moldes de um Covid-19 que vivemos atualmente, não se trata de algo corriqueiro. Podemos de certa forma nos sentir negativamente privilegiados pelos fatos atuais, dentro de um contexto de saúde pública onde a tecnologia existente é a mais avançada dos últimos anos. Contudo, nos deparamos com uma situação antiga que apesar da velocidade da informação e tecnologia, se torna uma ferida aberta em todos os cantos do mundo.

Doenças desconhecidas fazem parte do cotidiano da saúde mundial. Uma breve pesquisa em sites de busca da internet poderá confirmar a assertiva, evidenciando evoluções de doenças ou novas doenças desconhecidas como algo normal dentro da ciência da saúde. Assim, em meados de novembro de 2019 o mundo é apresentado ao novo coronavírus, tempos depois catalogado como SARS-CoV 2 e definido como Covid-19, do inglês Coronavírus Disease 2019.

Dentro da comunidade científica global, um surto em uma região da China, sem poder de evolução mundial, que após alguns meses veio a tornar-se uma pandemia com elevados números de contaminados e milhares de mortos. Temos a partir daí mais uma doença viral para virar história ao lado das “famosas” gripe espanhola e a peste negra que assolaram o mundo há centenas de anos.

O grande diferencial do Covid-19 é a sua capacidade de mutação, além da velocidade de contaminação entre pessoas, principalmente por gestos simples do dia a dia: um aperto de mão, um abraço ou um beijo e de forma mais técnica, por meio de aerossóis, ou seja, espirro e tosse em ambientes fechados e sem ventilação. A partir daqui temos um grande problema, temos uma situação onde a responsabilidade de conter uma transmissão não é somente dos serviços de saúde, é uma responsabilidade de cada um, é uma responsabilidade de se ter o mínimo de educação ao proteger a própria boca durante o espirro ou ao tossir.

Porém, infelizmente o que temos, além da falta de educação é o menosprezo pela vida do próximo. Temos uma falta de compromisso com quem não conhecemos, com quem muitas vezes convivemos e até com quem amamos. Quem tem uma saúde privilegiada e um sistema imunológico ativo, esquece dos pais idosos, avós e parentes; esquece que muitos amigos também podem levar para a casa de cada um deles, um vírus minúsculo com poder de transformar uma vida e uma saudosa memória e dias de luto e dor.

O Covid-19 foge apenas da responsabilidade do serviço de saúde, temos uma responsabilidade social enorme e observamos que essa responsabilidade tem se tornado um carro desgovernando, no qual o motorista acredita que sua diversão é mais importante que a vida de alguém e, infelizmente, esse carro desgovernado vem ceifando vidas, tirando sonhos e tornando vidas alegres em dias obscuros.

PENSE BEM: AQUILO QUE É FEITO AOS OUTROS, ATUALMENTE PODE FERIR A VOCÊ MESMO!

 

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