As fake news são cada vez mais disseminadas de forma descontrolada em todas as redes sociais. Nas cidades do interior, grupos do WhatsApp criam uma grande rede de conectividade e informação que liga centenas de moradores com informações instantâneas, muitas vezes falsas e equivocadas.
Um exemplo ocorreu no último final de semana. Uma foto de um possível homicídio, divulgada em grupos, mostra o corpo de um homem degolado, suposta vítima de um crime, e a informação que o caso teria ocorrido em Pedro Afonso e Bom Jesus.
O fato, que causou espanto de algumas pessoas, não foi confirmado pela Polícia Civil, tratando-se de uma nova fake news.
O delegado de Polícia Civil Bernardo Rocha Pinto alertou que tais notícias, enquanto não foram comprovadas e verificadas através de fontes fidedignas, não devem ser disseminadas. "Assim o fazendo, colabora-se para um pânico indevido da população, além de poder ocasionar o acionamento desnecessário das forças de segurança”, frisou o delegado.
Bernardo ressaltou, ainda, que a divulgação de informações falsas prejudica o trabalho da polícia, e o efetivo, equipamentos e tempo, que poderiam ser utilizados em demandas sérias e reais, são utilizados numa investigação de um fato inexistente. "Ademais, toda uma situação de estresse pode ser desencadeada, tendo em vista que a fake news pode ocasionar o pânico na população”, ressaltou.
Embora existam projetos de lei em trâmite, com foco em criminalizar as fake news, a disseminação de notícias falsas ainda não é crime, mas o delegado deixou um recado para quem, mesmo que de forma inconsciente, repassa esse tipo de notícia. “A divulgação dessas falsas notícias pode configurar crime contra a honra, com penas de até dois anos de detenção, bem como pode ter implicações na esfera cível”, completou.