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Médico de Pedro Afonso que participou dos testes da CoronaVac comemora resultados da eficácia da vacina

07/01/2021 21h18 - Atualizado em 14/01/2021 17h28

Henrique Lopes 

No dia 7 de janeiro, data em que o governo de São Paulo apresentou os resultados dos testes de eficácia da CoronaVac, a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que está sendo desenvolvida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, trouxe esperança para milhares de brasileiros. Conforme divulgado, a CoronaVac apresentou um aproveitamento de 78% para casos leves e 100% de eficácia em casos de média e alta complexidade.

Médico da rede municipal e estadual de saúde, com atuação em Pedro Afonso há mais de 11 anos, o ortopedista Pedro Dias, que também atende na capital paulista, foi um dos voluntários que tomou doses da vacina na fase de testes que envolveu profissionais de saúde que atuam em São Paulo. O voluntário tomou duas doses da CoronaVac em 2020 – uma no dia 26 de outubro e a segunda no 17 de novembro.

Em entrevista exclusiva ao Portal CNN, o médico contou como foi o processo para participar da pesquisa: “A gente fazia um termo de consentimento, exames e consultas para saber se nos encontrávamos aptos a participar dos estudos. Depois tive a reposta que participaria”.

Ainda segundo ele, as recomendações foram rigorosas e com um acompanhamento constante. “Na primeira dose, a gente levava uma cartilha para casa e tinha que responder diariamente sobre como estava se sentindo, durante 15 dias”, descreveu ao dizer que informações como estado febril, náuseas, entre outros aspectos, eram repassadas aos pesquisadores.

Para Pedro Dias, um dos momentos críticos dos testes foi quando um dos pacientes voluntários faleceu. “A imprensa e o governo começaram a pressionar e nós, voluntários, não sabíamos o que havia acontecido, estávamos com medo, mas depois se descobriu o real motivo da morte do pacientes e que não havia relação com os testes”, contou.

Com a eficácia da vacina comprovada, o médico considera ter participado do grupo de voluntário um momento de coragem e também uma atitude humanitária. “Estou com a sensação de dever cumprido. Hoje, assistindo o jornal, quando saiu a eficácia da CoronaVac foi uma sensação inexplicável, por fazer parte dos mais de 12 mil voluntários que receberam a vacina. Um momento muito feliz em participar dessa história”, destacou ao dizer que continua sendo acompanhado pela equipe de pesquisadores diariamente.

Por último, Pedro Dias destacou que os brasileiros devem ser estimulados a se vacinarem. “Além de se conscientizar e manter ainda as medidas de distanciamento, uso de máscara, higienização. A vacina foi aprovada, mas ainda precisa de certificação da Anvisa, um processo que pode demorar”, completou o ortopedista.

Eficácia
Conforme o governo de São Paulo, a eficácia da vacina desenvolvida contra a Covvid-19 pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceira com o Instituto Butantan, é 78%. O percentual ultrapassa o mínimo exigido para aprovação, que é de 50%, segundo os parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seguidos pela Anvisa, a agência de vigilância sanitária brasileira.

De acordo com o governo paulista, nenhum dos voluntários da vacina apresentou quadro grave da doença, portanto não houve registro de internações ou morte entre eles. Com base nessa conclusão, o governo disse que a vacina apresentou eficácia de 100% contra casos graves.

“As pessoas que receberam as vacinas não tiveram nenhum caso grave da doença, em comparação com as que não receberam a vacina”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Ainda de acordo com o diretor, a vacina CoronaVac evitou também a internação de todos os voluntários.

O estudo clínico realizado no Brasil contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa.

A CoronaVac usa a tecnologia de vírus inativado. Esse tipo de vacina usa o vírus inteiro para induzir a resposta do sistema de defesa do corpo. Mas, como o patógeno está inativado, ele não é capaz de gerar a doença.

Submissão dos resultados à Anvisa
De acordo com o governo estadual, também na manhã desta quinta-feira, o Instituto Butantan submeteu à Anvisa um pedido de aprovação do uso emergencial da CoronaVac no Brasil. A expectativa do Butantan e de membros do governo estadual é que os dados sejam analisados pela agência em até dez dias.

Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, mais 35 milhões de doses da CoronaVac devem chegar ao estado de São Paulo até a primeira quinzena de fevereiro. Ainda de acordo com o secretário, essas doses estarão disponíveis para o Ministério da Saúde para que a CoronaVac possa ser usada no Plano Nacional de Imunizações (PNI). (Com informações do Infomoney)



 

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