O amor do professor pela arte de ensinar ficou evidente nesse período de pandemia. O professor teve que se reinventar para manter contato com os alunos, mesmo observando as medidas de distanciamento adotadas como prevenção à Covid-19. São muitas histórias de docentes que vestem a camisa da profissão, vão em busca de novos materiais pedagógicos e encontram novos caminhos para garantir a aprendizagem dos alunos.
Uma dessas pessoas é Ana Paula Martins Guimarães, que leciona Biologia e Práticas Experimentais de Biologia na Escola Estadual Major Juvenal, localizada em Tabocão. Ana Paula nasceu em Araguaína, é bacharelada em Ciências Biológicas, mestre em Ecologia de Ecótonos, especialista em Microbiologia e, atualmente, é acadêmica do curso de Química pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), polo de Pedro Afonso.
“Eu sou uma professora apaixonada pela minha formação. Além de ser eternamente amante da Biologia, eu também sou uma grande admiradora da educação. Eu vejo nos estudos o melhor caminho a ser percorrido por qualquer pessoa. O conhecimento liberta, arrebenta portas, abre janelas, queima preconceitos, elimina o racismo e ainda confere ao indivíduo habilidades necessárias para resolver problemas”, frisou.
Ana Paula contou que ama ensinar, principalmente utilizando a didática da problematização associada com a prática. “Eu acredito que associar os meus conteúdos com o cotidiano dos meus alunos confere significado, importância e prazer em aprender! Por este motivo, eu faço os alunos observarem onde a biologia entra no seu dia a dia”, explicou.
No decorrer da vida, a professora Ana Paula foi arquivando nomes de professores que lhe inspiraram, entre tantos, está Cristiane, que lecionou História no ensino médio. “Eu nunca esqueci essa professora, ela era apaixonada pela educação e ensinava com cuidado e emoção. Não sei por onde ela anda agora, mas um dia terei a oportunidade de mostrar o quanto ela foi importante para a minha formação”, completou.
Cada dia uma aula diferente
A professora Lílian Pires de Oliveira Moura ensina Língua Portuguesa no Colégio Militar de Guaraí e faz tanto sucesso com suas aulas e projetos, que é uma das docentes que tem o trabalho com maior divulgação.
Lílian nasceu na cidade de Porangatu, Goiás, e, na adolescência, assistindo à primeira versão da novela ‘Carrossel’, se apaixonou pela professora Helena. E essa inspiração foi fundamental para que Lílian optasse no ensino médio, pelo curso de Magistério. Logo no primeiro ano de estudos, ela começou a dar aulas numa escola particular. “Eu tinha uma turma do 2º ano do ensino fundamental e lembro bem que a administradora da escola disse que as nossas aulas não deveriam ser ministradas da mesma forma o ano inteiro”, comentou.
Após concluir o curso de Letras pela Universidade de Goiás, Lílian fez especialização em Língua Portuguesa no Tocantins. O que faz a professora Lílian ser destaque na escola é a sua forma de lidar com os estudantes. Ela reserva tempo para escutar os alunos e desenvolveu uma grande capacidade de compreender os jovens.
“A professora Lílian me cativou desde a sua primeira aula, parecia se esforçar muito para mostrar o seu melhor. Ela mantinha um equilíbrio entre a atuação docente e a amizade, nos momentos que os alunos precisassem de uma orientação. Ela me inspirou a ser uma boa pessoa, suas aulas nunca eram entediantes, mesmo que não fosse algo dinâmico havia sempre diversão. Não sei explicar como ela consegue transmitir sabedoria de forma tão clara”, contou a estudante Jislane Silva Oliveira, de 16 anos, que cursa o ensino médio no Colégio Militar de Guaraí.
Com 22 anos dedicados à educação, atualmente a professora já leciona para os filhos de seus ex-alunos. “Eu me envolvo com os estudantes e, quando encontro alguns na rua, eles agradecem o incentivo, as palavras e contam que estão trabalhando e que venceram obstáculos. Eu sinto o que eles sentem e creio que esta é a razão de os alunos gostarem de mim. Pois me envolvo com eles ao ponto de perceber que um deles está triste ou diferente. E quando um estudante não aprende, eu vou procurar saber o que está acontecendo com ele. Eu amo ser professora. Amo estar em sala de aula, amo esse contato com os alunos”, esclareceu Lílian.
As feiras de aprendizagens
O professor Maiko Sousa Feitosa, que trabalha no Colégio Estadual Jorge Amado, em Araguaína, fez a diferença na escola por ter criado uma feira de ciências como forma de ampliar os espaços para o protagonismo juvenil. Ele ensina Química e Física para o ensino médio e Ciências nas turmas do 9º ano do ensino fundamental.
Maiko nasceu na cidade de Estreito, Maranhão, e sempre procurou fazer a diferença usando a criatividade para que os alunos aprendam de fato. “Ensinar é um processo inerente ao profissional professor. Então, na minha concepção, ensinar é um agente de transformação da realidade que culmina com uma sociedade melhor”, comentou.
E, por meio da feira que ele coordena desde 2015, professores e estudantes se unem no processo de aprendizagem coletiva. “Desenvolvemos projetos de maneira interdisciplinar que mobilizem toda a comunidade escolar, incentivando os estudantes na produção e divulgação científica da comunidade onde a escola está inserida”, completou.
Neste ano, devido à pandemia, não foi possível realizar a feira de ciências para evitar aglomerações. Mas o professor continuou mantendo contato com os estudantes por meio das plataformas de ensino e dos aplicativos virtuais e quando algum aluno apresenta uma dificuldade maior, o professor vai até a casa do estudante para tirar as dúvidas e explicar melhor os conteúdos.
O professor Maiko continua investindo na sua carreira, está fazendo mestrado em ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Tocantins. E sobre as emoções na vida de quem ensina, Maiko fala: “Creio que a maior emoção de todo o professor é ver os alunos passando no vestibular, seguindo a carreira acadêmica, outros ingressando no mercado de trabalho e se transformando em cidadãos atuantes de forma positiva na sociedade. É esse o desejo de todo o professor”. (Josélia de Lima/Governo do Tocantins)