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DESABASTECIMENTO

Tupirama decreta estado de calamidade e MPE aciona Governo por falta de água no município

23/10/2020 14h24 - Atualizado em 27/10/2020 11h35

Kaio Costa

Após a Prefeitura de Tupirama decretar estado de calamidade por falta de fornecimento de água no município e oficializar o Ministério Público do Estado (MPE-TO) nesta quinta-feira, 22, o órgão fiscalizador notificou o Governo do Tocantins através da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), responsável pela distribuição do recurso no município e exigiu esclarecimentos em até 24 horas.

O MPE recebeu reclamação de dois cidadãos que relatam o desabastecimento total desde o dia 12 de outubro. “Embora a água volte a ser fornecida durante a madrugada, esta é fraca, não sendo possível abastecer os reservatórios”, assina a promotora de justiça Munique Teixeira Vaz, responsável pela autuação. A ATS também deverá se manifestar sobre o “aumento abusivo na tarifa do serviço” que, de acordo com os tupiramenses, aconteceu sem comunicação prévia aos consumidores.

Segundo o assistente jurídico César Augusto Ferreira, de 12 a 17 de outubro o abastecimento de água no município acontecia apenas na madrugada, mas com fluxo baixo e insuficiente para encher as caixas d’água. Na madrugada do dia 17 o fornecimento foi interrompido completamente, retornando apenas na tarde do dia 19. Dia 21 houve a interrupção total novamente, com retorno apenas nesta sexta-feira, 23.

“Não é possível que durante uma pandemia, o município fique sem água por sete dias. Conversei com pessoas que tem crianças em casa, e eles relataram um caos”, conta o assistente jurídico ao relatar que a saída tem sido buscar água no Rio Tocantins. “Dava 6h30, 7 horas, a beira do rio fica cheio de gente pegando água em balde e garrafa PET”.

Justificativa
Em nota, a ATS informou que o fornecimento tem sido prejudicado devido a “consecutivas falhas detectadas na rede de energia elétrica do município” e que, por isso, a equipe de manutenção teve dificuldades par reativar o Sistema de Abastecimento da cidade. “Após a substituição da bomba de captação, o equipamento voltou a apresentar problemas devido à má qualidade da energia que abastece a rede. Tal oscilação danificou o novo equipamento instalado causando a demora em sanar definitivamente o problema de desabastecimento”, esclarece a Agência na nota, que afirma ter solicitado à Energisa execução de reparos para evitar que o problema se torne recorrente.

Sucateamento
César Augusto, no entanto, garante que o problema não é na rede elétrica e sim no sucateamento e péssimas condições dos equipamentos utilizados na distribuição de água do município. Ele conta ao Portal CNN que buscou informações sobre o caso junto a funcionários que trabalham na estação da ATS em Tupirama. “Tá tudo sucateado. A ATS tem alegado que a falta de abastecimento se dá pela má qualidade do serviço de energia elétrica, mas isso é mentira”, garante.
 


 

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