No dia 23 de abril, a prefeitura de Pedro Afonso confirmava que a cidade tinha seu primeiro caso de Covid-19 registrado. Era um homem, de 25 anos, residente do Mato Grosso, mas que estava em Pedro Afonso a passeio. Como ele não era morador do Tocantins, o caso acabou não sendo notificado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
No dia 11 de maio, a gestão municipal soltou um comunicado que afirmava que o primeiro morador de Pedro Afonso tinha sido infectado com a doença. Era um homem de 44 anos, que apresentou sintomas clássicos da contaminação: febre, tosse e uma leve falta de ar. No dia seguinte, em seu boletim epidemiológico, a SES confirmou a informação e a cidade passou a fazer parte do grupo de municípios tocantinenses que já registravam a doença.
Após um mês, em 12 de junho, a cidade apresentava sete casos da doença, segundo o boletim da prefeitura municipal divulgado em suas redes sociais oficiais. No dia 1º de julho, a cidade chegava a 13 confirmações da doença. No último dia 11 de julho, os pacientes infectados chegavam a 36, com dois registros de óbitos (uma mulher de 90 anos e um adolescente de 13 anos, a mais jovem vítima da doença no Tocantins). Na quarta-feira, 15 de julho, segundo o boletim da Prefeitura de Pedro Afonso, são 47 casos da doença. Ou seja, na primeira quinzena de julho, a cidade teve 34 novos casos de Covid-19.
Os registros do último boletim estão divididos pelas seguintes regiões da cidade: Centro (18), Aeroporto II (9), Canavieiras (4), Zacarias Campelo (3), Santo Afonso (3), Joaquim de Matos Lima (3), Bela Vista II (2), Bela Vista I (1), Maria Galvão (1) e na Zona Rural (2). O boletim também aponta que 21 pacientes já se recuperaram da doença.
Medidas
Sobre o avanço da doença na cidade, a Secretaria Municipal da Sáude foi questionada sobre as medidas que tem adotado para evitar a disseminação da Covid-19 no município. Uma delas foi a instalação de uma barreira sanitária para monitoramento de entrada de pessoas na cidade, mas depois resolveu desativar o sistema, após a comprovar que a medida não trouxe o resultado esperado, em relação ao avanço da doença.
“A barreira sanitária mostrou um efeito positivo em todos os ambitos possíveis, desde a segurança pública até a segurança alimentar, porém mesmo com a barreira instalada foi observado um aumento dos casos dentro de Pedro Afonso, não causado por caminhoneiros ou outros veículos, mas sim por pessoas que estavam vindo para encontrar seus parentes. Proibir a entrada de pessoas é anticonstitucional, é um direito de todos o ir e vir, diferente do que muitos pensam. Por essa avaliação e uma certa falta de consciência da população que insiste em fazer festas de famílias e ainda convidar familiares de locais com grandes números de casos positivos, foi encerrada a barreira para se iniciar uma atividade mais próxima da população.”, disse a pasta.
Sem esse mecanismo, o Executivo Municipal foi questionado então quais medidas efetivas estavam em curso. “Estamos realizando uma atividade mais próxima da população, além da assistência que continua sendo dispensada nas nossas unidades, estamos fazendo visitas nas casas, por bairros onde é feito um questionário e uma busca ativa de informações sobre contatos, hábitos desse popular, além de avaliação de sintomas. Com isso, podemos avaliar e cruzar dados da população. Concomitantemente estamos ampliando o atendimento aos contatos dos pacientes positivados, fazendo uma rede ampla de rastreamento, hoje temos equipes diariamente nas ruas coletando material para exames e realizando testes rápidos. A Secretaria de Saúde segue protocolos para eficácia dos exames, em alguns casos é necessário um período para se ter eficiência no exame e não ser real.”
Em outro ponto, a Secretaria de Saúde diz que não há falta de fiscalização sobre o funcionamento do comércio, após relatos que os estabelecimentos não estariam cumprindo as normas. Além disso, a pasta falou sobre o uso de máscaras e se algum estabelecimento ou já foi notificado ou multado.
“A fiscalização é realizada diariamente nos comércios, quem está criticando provavelmente deve estar em casa o que é uma coisa boa. Mas enfim, a fiscalização ocorre diariamente e temos comércio autuados, dentro dos prazos legais para recorrer da situação. Quanto ao uso de máscaras, se você está consumindo é inviável o uso naquele momento, mas todos estão sendo orientados pela fiscalização quanto ao uso de máscaras enquanto não estiver consumindo algum gênero alimentício. Quanto às multas pessoais existe uma lei federal que proíbe as multas. Apesar do STF [Supremo Tribunal Federal] ter dado liberdade para municípios e estados em relação as aplicações, no que tange à realização de ações, no caso da máscara teremos um embate jurídico onde provavelmente se terá a máxima lei federal como desfecho para tal multa.”
Sobre a divulgação dos números sobre a doença na cidade, a prefeitura diz: “quanto a forma de informações, visto as atividades das equipes e os números de casos ficou inviável a emissão diária, pois muitas vezes as equipes estendem o horário de coleta e realização de exames pela noite. Dessa forma fica prejudicado o tempo de realização da emissão do boletim, por isso passamos a fazê-lo semanalmente.”, finalizou.