Desde o último mês de abril, quatro comunidades indígenas da etnia Krahô, situadas no município de Itacajá, se isolaram do contato com o “homem branco”, como uma das medidas de prevenção ao novo Coronavírus (Covid-19).
Receosos que o vírus chegue às reservas indígenas e atinja a membros dos aldeamentos locais, os próprios indígenas estão monitorando o acesso às reservas, bem como exigindo a utilização de equipamentos de proteção como máscaras, além da higienização das mãos e uso de álcool gel.
A medida tem sido tomada também em diversos outros estados brasileiros como Bahia, Acre, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. No Tocantins, apenas a etnia Krahô possui uma população de cerca de três mil indígenas, tendo ainda as Karajá, Javaé, Xambioá, Xerente e Apinayé com um total de seis mil índios distribuídos em diversas regiões do estado.
Conforme os caciques das aldeias da região de Itacajá, os povos indígenas da reserva Krahô estão apavorados e, nesse momento de crise, se sentem abandonados pela Fundação Nacional do Índio (Funai). “Nós estamos abandonados, então, estamos isolado em nossas aldeias e quando for para rua, para comprar alimentos, todos tem que usar máscara e álcool gel”, revelou o cacique da Aldeia Kapei, Júlio Kraho.