Renato Torres
Jornalista
Desde a sua proibição, há mais de 70 anos, ainda no regime militar, os jogos de azar nunca estiveram tão perto de serem regulamentados e legalizados novamente no Brasil. Tal questão é tida como a principal alternativa para contornar a crescente crise econômica do país.
A regulamentação se arrasta desde agosto de 2016, no Congresso, mas atualmente tem ganhado apoio de nomes importantes na política nacional, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e do presidente da Embratur, Gilson Machado.
Até mesmo o clã Bolsonaro vê com bons olhos a legalização dos cassinos no Brasil, ao menos é o que afirma um assessor do presidente Jair Bolsonaro. A posição, mesmo que velada, ganhou ainda mais força depois que o senador Flávio Bolsonaro viajou para Las Vegas e Miami, onde, juntamente como o lutador de MMA Vitor Belfort, atual embaixador do turismo do Brasil, realizou uma série de reuniões com representantes do setor de jogos de azar.
O principal motivo para a proibição dos jogos, em 1946, e que também impedem a regulamentação até os dias de hoje, são os dogmas religiosos, assim como o crescimento e influência da bancada evangélica. Mas, conforme relatado em t1noticias esse é um problema que está prestes a ficar no passado, afinal já existem vários projetos lei em votação e alguns até aprovados e prontos a entrar em vigor. Até mesmo o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, com extensa formação religiosa e a sua posição de bispo na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), vê com bons olhos a regulamentação dos jogos.
A posição de Crivella é muito questionada pela bancada evangélica, mas sem dúvidas deve mudar a opinião de grande votos importantes que se opunham a regulamentação, e conquistar um apoio decisivo para a comissão especial do Marco Regulatório dos Jogos.
Além do impacto positivo que a liberação dos jogos traria para a economia, ao criar diversos postos de emprego, direta e indiretamente, também existem fatores que tender a atingir uma série de ações criminosas, como a utilização de maquinas caça-níquel e o popular jogo do bicho, que são amplamente utilizados para lavar dinheiro de milícias e outras organizações criminosas.
No atual modelo, que está em amplo debate no Congresso, os jogos seriam regulamentados para ocorrer em todo território nacional, desde que, dentro de um ambiente controlado e voltado ao turismo, como resorts e grandes hotéis.
Desta forma, seria possível manter apenas empresas multinacionais e globalmente conhecidas na operação de gestão dos cassinos, e afastar a atividade da corrupção e de organizações criminosas.
Além do investimento de empresas estrangeiras no Brasil, também será criado um grande atrativo para os turistas, que aqueceriam a economia, com o gasto de moeda estrangeira no país que impacta positivamente nas vendas de lojas e utilização de serviços.
Alguns locais, que contam com belezas naturais abundantes, já começaram o seu lobby para receber grandes estruturas de resorts e cassinos, como as cidades de Angra dos Reis, Canindé de São Francisco, Alter do Chão, dentre outras.
Parte do movimento para a implementação dos jogos no Brasil já começou, como a legalização das apostas em eventos esportivos, atividade que costuma ser gerenciada pelas mesmas empresas que estão por trás das maiores redes de cassinos. Agora, basta aguardar para que a regulamentação ocorra em um futuro cada vez mais próximo.