Henrique Lopes
Na sessão da noite desta quinta-feira, 5, quando foi aprovado por unanimidade, em primeira votação, o orçamento municipal para 2020, no valor de R$ 63 milhões, chamou atenção as acusações do vereador Breno Lima (PRTB) contra seu colega de partido e presidente da Câmara Municipal de Pedro Afonso, Mirleyson Soares.
Com relações estremecidas com os demais vereadores desde a eleição da mesa diretora para o ano de 2020, da qual saiu derrotado (Leia mais aqui), Breno Alves voltou a questionar a transparência dos atos da presidência e acusou Mirleyson Soares de impedir que a prerrogativa do vereador fosse cumprida.
Durante a eleição, Breno Alves chegou a acusar os parlamentares de traição e de suposto esquema de compras de votos, ao solicitar copias dos balancetes e prestação de contas dos últimos anos. Nesta quinta-feira, ao usar a tribuna Breno Alves disse que, após o prazo de 15 dias, recebeu um oficio em que o presidente do Legislativo deixava disponível os documentos em uma sala na Câmara de Vereadores e que os mesmos só poderiam ser analisados no local com a presença de dois servidores. “Tentaram me barrar, mas quero dizer aos senhores que só irei parar se Jesus Cristo voltar e me pedir ou se mandarem me matar, e se isso for feito, que faça bem feito”, afirmou com tom de voz alterado.
Apesar das fortes acusações, a fala do vereador surtiu pouco efeito, pois a maioria dos vereadores continuou usando os celulares, até ele apresentar cópia da decisão liminar judicial, expedida pela juíza Luciana Costa Aglantzakis, determinando a disponibilização de cópias dos balancetes e prestações de contas. “O senhor [Mirleyson] achou que estava acima da prerrogativa. Se achar também que esta acima do Poder Judiciário, que faça um ofício e encaminhe à juíza e ao Ministério Público para que eles entrem para dentro dessa sala e venham verificar essa documentação”, disse Breno Alves.
Dor de cotovelo
Mirleyson Soares retrucou a fala do parlamentar ao se recusar receber o documento e disse que no plenário não existem motivos para intimidações. “Ninguém precisa ser amedrontado, pelo motivo de que ninguém fez nada errado. Você não tem noção do que é um balancete. A documentação está disponível há mais de dez dias sendo que não foi analisada”, retrucou.
O presidente da mesa diretora ainda criticou a posição do vereador. “Eu teria que parar toda uma estrutura no final de ano para poder tirar cópias, fora o valor que isto custaria à Câmara. Vamos parar com demagogia e dor de cotovelo, não há nada de errado com os balanços da Câmara. A eleição já passou e o senhor [Breno] não conseguiu a confiança dos pares”, completou Mirleyson Soares demonstrando irritação.
O bate-boca foi interrompido pelo vereador Pedro Belarmino (PTB). Ele solicitou que cópias de todos os balancetes do período em que foi presidente da Câmara Municipal de Pedro Afonso fossem entregues a Breno Alves.
Logo depois, o vereador Joilson Boca Preta (PEN) afirmou que e necessário acabar com as picuinhas. “Se ele quer os documentos, a gente tira cópias e entrega”, resumiu.
Sem assinar o documento apresentado, Mirleyson Soares encerrou a sessão e disse que submeteria o mesmo à assessoria jurídica do parlamento. “Depois que ela analisar, assinarei e faremos o que está sendo pedido”, concluiu ao finalizar a sessão.