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Retirada de pequizeiros provoca manifestações nas redes sociais

17/09/2019 10h48 - Atualizado em 19/09/2019 12h35

Caíque Tétis

Em plena semana onde é comemorado o Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, a derrubada de diversas árvores em uma propriedade particular, localizada no Setor Bela Vista II, em frente à Avenida Pedro Mariano dos Santos, em Pedro Afonso, causou dezenas de manifestações populares.

Aproximadamente dez pequizeiros foram levados ao chão, ainda com flores e frutos, por homens que utilizaram motosserra para derrubar das árvores, que faziam parte de uma antiga área verde do município que pertencia ao município de Pedro Afonso, vendida em 2004, na gestão do ex-prefeito José Wellington Martins Tom Belarmino.

Ainda na manhã desta terça-feira, equipes trabalhavam no terreno retirando galhadas.

Por meio de redes sociais, moradores vizinhos da área e pedroafonsinos comentaram o que chamam de “atrocidade” cometida ao meio ambiente. “Sinto-me indignada com a destruição irracional das nossas árvores, inclusive as protegidas por lei. Ali seria uma praça ecológica, bosque, de natureza sanitária. Doação de uma família tradicional da cidade e todo mundo sabe desta história. Infelizmente o ser que se diz racional, em pleno mês de setembro, dedicado à árvore, recebe uma tragédia desta como homenagem fúnebre”, criticou a professora e ex-primeira-dama de Pedro Afonso, Odina Maranhão, emocionada ao citar o poema “Ode a uma árvore centenária tombada”. Leia o poema na integra clicando aqui.

Fundador do grupo Amigos do Meio Ambiente (AMA), o ambientalista e historiador Fabricio Rocha afirmOU que foi com imensa tristeza que o grupo teve acesso por meio das redes sociais À notícia de que as árvores haviam sido derrubadas. “Não há progresso econômico que se sobrepõe ao interesse coletivo. O ocorrido fortalecerá ainda mais o nosso trabalho de conscientização sobre plantio e a preservação das nossas árvores e do bioma da nossa floresta amazônica, o qual nosso município está inserido”, destacou.

Nas redes sociais como Facebook, Whatsapp e Instagram, as imagens e vídeos dos pequizeiros tombados sobre parte da Avenida Pedro Mariano dos Santos já foram compartilhados por centenas de pessoas que destacam o valor natural e histórico das árvores.

“Cadê as autoridades que protege [sic] o meio ambiente? É um grande crime e ainda são pés de pequi”, frisou um dos comentários. “Confesso que ao passar por aí hoje me doeu por dentro, uma área verde como essa tão bela, que só contribui para melhorar nosso oxigênio que tá um horror, serem derrubadas, eu estou triste, juro que fiquei sem entender”, destaou outro internauta. “Isso é um crime ambiental, eu quero saber qual vai ser a multa e quem vai pagar. As crianças estão saindo das escolas e ficando horrorizadas. Crianças! Para vocês verem o choque”, completou outro comentário.

Outro lado
Apesar da comoção pelo corte das árvores, o assunto também foi motivo de discussão e dividiu opiniões. “Acho bem engraçado. Se lá tem dono ele poder desmatar ou fazer o que quiser. O lote tem dono, errado foi quem vendeu”, salientou um dos internautas.

“Nunca vi tanta gente se pronunciando. Agora porque o dono do lote vai construir, não pode? Fala sério, estão achando tão ruim, por que não cuida das árvores que tem nas praças? Que estão precisando de cuidados. Agora, estes que estão dentro de lote, sai gente que nem sei de onde pra vir reivindicar direitos”, argumentou outras pessoas seguido de diversos comentários.

Medidas oficiais
Ainda na manhã desta segunda-feira, 16, a Prefeitura de Pedro Afonso comunicou, por meio de nota, que solicitou, dos responsáveis pelo terreno, a suspensão da derrubada das árvores e que está investigando as autorizações que deram legalidade ao ato.

Já o Ministério Público Estadual (MPE), representado pelo promotor de Justiça Rafael Pinto Alamy, revelou que, a princípio, a Promotoria Criminal aguarda a representação da Prefeitura para apurar se houve algum dano ao patrimônio público, mas alegou que o terreno é de propriedade particular e, desta forma, os donos poderiam derrubar as árvores.

A ação de também foi acompanhada pelo delegado da Polícia Civil Bernardo Rocha Pinto, que ressaltou que o terreno é particular, com registro no cartório de imóveis. “Conversamos e determinei que a derrubada das árvores fosse suspensa, ao menos momentaneamente, porque o pessoal da prefeitura afirmou que deveria fazer uma análise mais detalhada. Ficou acertado que os proprietários irão protocolar um documento na prefeitura que será respondido, com o parecer jurídico, em caráter de urgência”, revelou Bernardo.

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