Henrique Lopes
Funcionários das áreas de Colheita, Transbordo e Transporte da Unidade Pedro Afonso, administrada pela multinacional Bunge Açúcar e Bioenergia, cruzaram os braços nessa segunda-feira, 29, em protesto contra o atual sistema de remunerações da empresa.
Segundo informações que chegaram à redação do Portal CNN, cerca de 130 operários do turno da noite, fizeram uma paralisação por volta da meia-noite, e também no período da manhã, durante a troca de turno, nas proximidades do Setor Portelinha. A mobilização também atingiu a área da indústria, onde mecânicos também cruzaram os braços por algumas horas em frente à portaria de entrada da usina.
Funcionários da empresa contaram que a grande maioria dos trabalhadores das áreas operacionais está insatisfeita com a política salarial aplicada pela multinacional. “90% dos funcionários dos setores de Colheita, Transbordo e Transporte estão revoltados com o salário. Isso inclui operadores de transbordo e operadores de colhedeira”, contou um operário.
Também foram feitos relatos de que a perda salarial tem sido crescente nos últimos anos. “O salário que estamos ganhando hoje está menor que o salário que agente ganhava em 2013. De 2013 até hoje são 6 anos, a inflação aumentou demais, além de que muitos que trabalham não são daqui, pagam aluguel, parcela de carro e tem as despesas de casa”, relatou outro funcionário, ao afirmar que os operadores de transbordo recebem pouco mais de um salário mínimo.
Outra reivindicação dos trabalhadores é pela retomada da bonificação por produtividade. “Nos estamos pedindo, também, um prêmio de produtividade fixo no valor de R$ 500,00. Em 2013 todos nós tínhamos um prêmio de produção fixo de R$ 250,00, mas ele foi cortado e agora as lideranças colocam muitas dificuldades sobre esse prêmio de produtividade”, descreveu um funcionário.
Com medos de demissões e represálias, nenhum operário quis se identificar, mas afirmaram que a desmotivação com os salários e generalizada e caso as demandas não sejam ouvidas pelos dirigentes, os serviços serão paralisados.
Ainda na manhã desta segunda-feira, 29, uma reunião com o gerente agrícola da Usina de Pedro Afonso foi realizada e um acordo feito para que o trabalho não fosse interrompido. Os servidores teriam dado um prazo até a próxima quinta-feira, 2 de maio, para a Bunge Açúcar & Bioenergia responder as demandas dos servidores.
Bunge responde
Por meio de nota, a Bunge Açúcar & Bioenergia informou que está sempre aberta ao diálogo com seus colaboradores e que as atividades na Unidade Pedro Afonso estão normalizadas.
A empresa reforçou ainda que seus colaboradores são prioridade e que cumpre de forma rigorosa a legislação trabalhista, os acordos sindicais e mantém as suas políticas de remuneração e benefícios em linha com as melhores práticas de mercado.