Henrique Lopes
Em adesão a paralisação nacional contra os cortes de quase 30% no orçamento das instituições federais de ensino e congelamento de recursos destinados à pesquisa, decretada pelo presidente Jair Bolsonaro, cerca de 100 estudantes do Campus Avançado do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) de Pedro Afonso, realizaram uma manifestação pacífica no final da tarde do dia 15 de maio.
Eles saíram sede do Campus do IFTO e percorreram ruas e avenidas até a Praça Coronel Lysias Rodrigues no centro da cidade.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, cobraram maiores investimentos na educação e gritaram não aos cortes anunciados pelo Ministério da Educação, que impactará diretamente nos pagamentos de despesas básicas como água e energia elétrica das instituições federais de ensino, e na manutenção dos programas de assistência estudantil e serviços terceirizados.
A presidente do Grêmio Estudantil dos Estudantes Secundaristas do IFTO, Ana Rafaela Bezerra, responsável pela mobilização, afirmou que a diminuição dos recursos destinados à educação superior irá impactar diretamente nas atividades do campus de Pedro Afonso, tendo em vista que o mesmo já trabalha com recursos limitados. “Não podemos deixar que isso aconteça, pois se o Governo Federal tiver que priorizar recursos com certeza os que mais sofrerão com os cortes são os pequenos campus. Temos poucos anos do IFTO aqui em Pedro Afonso com um impacto gigante na vida dos jovens e da própria cidade e região, mas com os cortes o futuro é incerto e só temos a perder. As pessoas precisam perceber isso e começar a lutar pela educação, pois seus filhos podem não ter o IFTO daqui no futuro”, lamentou a estudante.
O acadêmico do curso de engenharia agronômica Maicon Aidyon Santos Brito é outro que teme pelo futuro da instituição. “Nós não estamos aqui fazendo balbúrdia como o presidente diz. Estamos lutando pela educação, pois é um direito nosso que com as medidas anunciadas podemos perder. Pelos cálculos já apresentados pela IFTO, se a redução de recursos for concretizada, as atividades podem parar em setembro, ou seja, todos os alunos serão diretamente impactados, fora as próximas turmas do curso de engenharia agronômica, que foi uma conquista para a cidade”, alertou ao destacar a importância do primeiro curso superior do IFTO Pedro Afonso iniciado em março deste ano.
Também aluna de engenharia agronômica, Maria Geovana Cruz ressaltou de lutar e buscar formas para que o campus de Pedro Afonso tenha melhorias e seja reconhecido. “A medida do Governo federal vem contra isso, pois parece que ele está tendo um gasto em vão, mas todos sabemos que educação não é um gasto, mas um investimento, principalmente em cidades pequenas como a nossa”, salientou a estudante.
Cenário nacional
Em todo o país manifestações e atos contra os cortes do Governo Federal foram registrados em todas as regiões, em mais de 200 cidades. Os atos pacíficos também levaram às ruas pautas como a reforma da previdência social, porte de armas e segurança pública.