Vítima de tentativa de homicídio no último mês de outubro (leia aqui), quando devido à gravidade dos ferimentos ficou internado por vários dias em um hospital de Palmas, o jovem Danilo Gomes Soares, de 26 anos, morador de Bom Jesus do Tocantins, passa por uma nova situação difícil após o retorno para casa.
Leitores encaminharam à reportagem do Portal CNN fotos onde o jovem, que é deficiente mental, juntamente com a sua mãe, Deusiane Gomes Soares, aparecem dormindo no chão, em um local impróprio. As imagens também mostram parte da residência que possui paredes repletas de infiltrações e sem móveis básicos como camas. Também há muita sujeira, tanto na parte interna como na externa da residência.
Apenas uma rede e uma prateleira ocupam o espaço repleto de água e infiltrações causadas pela chuva.
O Portal CNN encaminhou as imagens para avaliação da Secretaria de Assistência Social e Juventude de Bom Jesus do Tocantins, que por meio de nota, assinada pela secretária Jakeline Sales, afirmou que a gestão municipal, desde que assumiu a administração do município tem se esforçado para suprir as necessidades da Deusiane Gomes Soares e de seu filho.
Entre as ações destacadas pela secretária estão a construção de um banheiro, aquisição de um tanque de lavar roupa, instalação de portão que dá acesso à casa, religamento da energia elétrica, além da disponibilização de armário, rede, vestuário, roupas de cama e banho, ventilador, cama, mesa, cadeiras e colchões, que eram danificados constantemente pela família, com necessidade de reposição semanal. “A Secretaria Municipal de Assistência Social fornece também mensalmente materiais de higiene e de limpeza para a família. Enquanto que a alimentação [café da manhã, almoço, lanche e jantar] para à mãe e o filho é adquirida com o Benefício de Prestação Continuada do senhor Danilo Gomes Soares”, destacou o documento.
Ainda de acordo o documento, após o incidente com Danilo, a Prefeitura de Bom Jesus alugou temporariamente uma residência para que pudesse fazer as reformas no telhado e piso do imóvel onde a família reside atualmente, mas alegou que “a mesma não se adaptou e retornou a residência anterior”.
A prefeitura afirma que reconhece que há muito o que fazer para esta família, mas destaca que “existem outras que também estão em situação de vulnerabilidade, e por isso não pode fazer maiores investimento”. A gestão também alega que sofre com a “omissão por parte da família que não demonstra interesse em ajudar nos cuidados com os seus membros que apresentam deficiências”.
Já a Secretaria de Saúde de Bom Jesus do Tocantins informou, também por meio de nota, que nos últimos meses o jovem Danilo Gomes Soares está sendo acompanhado pelos profissionais da psta. “São realizadas visitas domiciliares pela equipe multiprofissional; são feitos curativos no paciente diariamente, e também orientação para o tutor com relação ao uso correto das medicações nos horários, medicação [Clonazepam 2mg, Haloperidol 5mg, Prometazina 25 mg]. Quanto ao retorno médico, o paciente está aguardando, pois o mesmo foi lançado no sistema de regulação do município sendo provavelmente liberado para a próxima quinzena de dezembro”, frisou.
Ainda de acordo a nota, a mãe do Danilo, Deusiane Gomes Soares, sempre é avaliada nas visitas domiciliares pela equipe da Secretaria de Saúde. “Solicitou exames laboratoriais, após resultados, encaminhou para Hospital Regional de Pedro Afonso e também está sendo acompanhada pela Secretaria de Saúde de Bom Jesus do Tocantins”, completou o documento.
Curadoria
A reportagem do Portal CNN também conversou com curador de Danilo, o microempresário Célio Pereira Rodrigues, que possui a tutela do jovem há cerca de um ano e seis meses. Ele afirmou que vem tentando realizar um trabalho melhor de cuidado da família, mas que falta suporte por parte da gestão municipal. “Tenho lutado diariamente com o caso do Danilo por amor, pois são muitas dificuldades. A gestão no início dava maior atenção ao caso, mas atualmente baseiam-se na justificativa de que não tem recursos e por isso as vezes a situação chega a ser como essa”, contou.
Célio revela ainda que já foram investidos em móveis como colchões, cama, cadeiras, mas alega que a reposição não é contínua. “Falta esse acompanhamento, por parte da Secretaria de Assistência Social. Até mesmo para avaliar o nosso trabalho, pois como é que podem cobrar qualquer coisa se não há esse suporte ou acompanhamento? O problema da casa é antigo e já foi notificado à secretária”, ressaltou o microempresário.