Por dentro do Agronegócio

AVALIAÇÃO

Ricardo Khouri faz balanço positivo, destaca avanços da Coapa e projeta futuro

02/01/2019 21h07 - Atualizado em 15/01/2019 10h42

O ano de 2018 para a Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), que completou duas décadas de fundação, foi marcado por bons resultados não só na área econômica, como também nas diversas ações que integraram cooperados, colaboradores e a comunidade. Com uma identidade sólida, a Coapa tem construído, a passos largos, uma história de referência no agronegócio da região Norte do país. Ao avaliar o ano, o presidente, Ricardo Khouri, destaca os avanços da cooperativa pioneira e as perspectivas para o futuro.

Como avalia a atuação da Coapa em 2018?

Este foi um ano emblemático por termos completado 20 anos de fundação da nossa cooperativa. Em que pese essas duas décadas, o resultado agronômico e econômico da safra de grãos 2017/2018 foi satisfatório e marcou uma tendência que já vem sendo observada há alguns anos: o crescimento no quadro social da Coapa, com novos cooperados ingressando no time.

Qual imagem a Coapa criou nessas duas décadas de história?

Para minha satisfação, dos fundadores e de todos que participam da vida societária da Coapa, criamos a identidade de sermos genuinamente uma cooperativa tocantinense que extrapolou os limites de Pedro Afonso. Hoje trabalhamos com um público externo que atesta que a Coapa é uma empresa que faz negócios limpos, dentro de uma conduta e princípios éticos, primando pela qualidade dos produtos ofertados ao cooperado, pontualidade nos compromissos financeiros e uma eficácia muito grande no processo comercial.

Como analisa a integração da Coapa com as comunidades das cidades onde atua?

Esse é um dos princípios cooperativistas. A Coapa valoriza a integração com a comunidade em que está inserida. Isso, algumas pessoas gostem ou não, é uma das nossas marcas e nunca iremos deixar essa característica. Somos e queremos ser uma cooperativa antenada, que vive os problemas das 13 comunidades em que está inserida, seja no aspecto municipal, regional e até estadual.

De que forma a atuação da Coapa impacta no desenvolvimento econômico dos municípios em que ela está inserida e na produção agrícola do Tocantins?

A cooperativa é um agente transformador. Ela faz isso de uma maneira muito eficiente e busca princípios sólidos de conduta, mas também funciona como um balizador de mercado, impondo tetos aos produtos e serviços oferecidos em todo o estado. Isso por estar de olho na eficiência econômica, mas também no atendimento às necessidades do cooperado. É necessário ter um desenvolvimento sustentável.

Essa atenção também existe em relação as questões ambientais?

Sim. Procuramos incentivar e propagar, através do nosso departamento técnico, práticas conservacionistas de solo e de água, inclusive fazendo parcerias com entidades públicas e privadas. Nossa preocupação é promover o desenvolvimento econômico sem perder de vista a questão ambiental. Eu asseguro que o desenvolvimento da região esta intimamente ligado a performance da Coapa.

Durante o ano de 2018, a Coapa investiu bastante na troca de experiências com outras cooperativas. Esse intercâmbio teve resultados práticos?

Temos buscado boas práticas observadas em qualquer lugar do mundo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas, que puderam ser transportadas para nossa realidade, principalmente através de uma parceria com o Sescoop/TO [Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Tocantins]. Visitamos cooperativas brasileiras e também realizamos missões internacionais nos Estados Unidos, Bélgica e Alemanha. Já implantamos técnicas de produção, programa de fidelização e exemplos de boa gestão e governança.

A Coapa investe bastante em novas tecnologias para levar conhecimento ao homem do campo, como exemplo temos as pesquisas com variedades de soja e milho, além da realização da Jornada Tecnológica. Quais resultados dessas ações?

Eu vejo a Jornada Tecnológica por duas vertentes. A primeira que fortalece a relação entre a Coapa e os fornecedores. Já a outra característica é o ensaio de cultivares, que possibilita manter ótimos níveis de produtividade ou pelo menos proporcionar ao cooperado, informações confiáveis sobre produtos e variedade de soja e outros grãos.

Quais são as expectativas para a safra 2018/2019?

A gente teve uma instabilidade de chuvas, com baixo nível registrado em dezembro, o que faz com que a gente tenha um ano tenso, com fortes emoções, como é a vida do produtor. Estamos acompanhando o mercado e já temos cerca de 35% a 45% da produção negociada a um preço bom. Agora, precisamos ver os rumos que o governo brasileiro irá tomar. Estamos atentos à tensão diplomática entre os Estado Unidos e a China, que tem um impacto direto na exportação de soja. Será um ano de muito monitoramento e de produção de informação ao nosso cooperado.

Para o ano de 2019 à cooperativa pretende investir em seu armazém. O que esperar dessas melhorias?

A gente aguardou o momento mais adequado, e agora estamos investindo R$ 6 milhões na nossa estrutura de armazenagem, um investimento que possibilitará uma melhor prestação de serviços na recepção, secagem e armazenamento da produção beneficiando nosso cooperado. Deste modo, as linhas de produção tendem a funcionar de forma mais dinâmica, possibilitando uma maior eficiência no período de recebimento da colheita. Paralelo a isso, estamos vendo a possibilidade de arrendar um outro armazém para receber grãos de soja e de milho ao mesmo tempo. A Coapa estará preparada para dar suporte a qualquer planejamento do seu cooperado.

Como o senhor imagina a Coapa nos próximos anos?

Nós estamos caminhando a passos largos, conquistando uma solidez no mercado tocantinense, mais precisamente na região Norte do país, dominamos a cadeia no setor primário, e conseguimos implementar uma excelência no atendimento ao cooperado. É chegada a hora de termos um plano para a próxima década de transformar a proteína que temos hoje em proteína animal, por meio de uma indústria para aves e suínos. Nos próximos anos, nos dedicaremos na criação de agroindústrias para beneficiar nossa produção, criando por exemplo, uma indústria para fabricar fécula e farinha de mandioca. É o tipo de iniciativa que beneficia o pequeno, o médio e até o agricultor empresarial. Queremos ser uma cooperativa transformadora.
 

VEJA TAMBÉM: