Cidades

JANEIRO BRANCO

Psicólogos destacam importância da saúde mental

05/01/2019 09h13 - Atualizado em 05/01/2019 11h06

O ano começou e com ele vem à cabeça uma série de preocupações e a ansiedade sobre o futuro. Apesar do clima de férias, tem muita gente preocupada com a escola dos filhos, orçamento anual, trabalho, faculdade, além, claro das metas para 2019.

Foi pensando neste início de ano e no impacto dele sobre a mente, que psicólogos de todo o país de uniram em uma campanha pela saúde mental. O branco, usado por milhares de pessoas durante o réveillon, permanece durante todo o mês de janeiro, na campanha “Janeiro Branco”.

De acordo o psicólogo clínico Lucas Galdino, a escolha do mês de janeiro não é por acaso. “Há todo um simbolismo que se traz através dele, pois é o mês de renovação de metas, esperanças, atitudes e pensamentos das pessoas”, conta.

Para Galdino é necessário conscientizar as pessoas sobre a importância e a necessidade de cuidar da mente. “Nós fomos educados a cuidar do corpo físico e se tratando de alguma doença, só do que é diagnosticado, porém esquecemos que a maioria das coisas que às vezes sentimos começa na nossa mente e a grande parcela de cura se dá também através dela”, revela.

Reafirmando a ideia do colega de profissão, a psicóloga Vanesca Nunes ressalta que é preciso mudar de comportamento para conseguir ter uma vida melhor. “Ao cuidar da saúde mental você tem maior resistência para enfrentar os problemas cotidianos, pois isso melhora a sua autoestima e tudo fica mais fácil. Faz com que o ano tenha mais produtividade porque quando você não está bem mentalmente o corpo também adoece”, descreve Vanesca.

Para começar o ano bem a psicóloga indica fazer um apanhado das suas ações em 2018 e de como isso afetou seu psicológico. “É deixar as coisas ruins para trás, lembrar dos momentos felizes e pegar o aprendizado. Além, claro, de ficar perto de pessoas que te fazem bem, praticar exercícios, porque os exercícios liberam os hormônios da felicidade, e ter um tempo para se auto conhecer. Se possível, começar uma psicoterapia porque psicólogo não é coisa de doido é coisa de quem quer se conhecer e aprender a viver de uma forma mais leve”, destaca.

Já Larissa Machado, psicóloga especialista em saúde mental, afirma que o ser humano é complexo e perpassa por construções sociais, culturais, políticas, econômicas, étnicas e além de tantas outras condições que, podem, provocar vulnerabilidades. “Saúde mental requer diversos saberes, olhares, espaços e cuidados. É preciso romper com a lógica biopolítica medicalizante e psicologizante, pois não se faz cuidado de modo isolado, fragmentado ou normativo, saúde mental precisa abarcar todas as complexidades que envolvem o ser e estar no mundo”.

A especialista conta ainda que é preciso provocar uma drástica mudança em nossa forma de enxergar o outro e também a nós mesmo. “Precisamos compreender o que somos, o que gostamos, o que nos dá prazer, o que queremos, o que podemos, quando somos, quando gostamos, quando queremos e quando podemos e o que de fato é importante para nós. O que estamos decididos a lutar, a provocar, a conhecer”, frisa ao afirmar que há diversos caminhos para manter a saúde mental em dias

“É necessário romper estereótipos, urgentemente. Não se ‘cura’, mas se compreende, se redescobre, se reinventa, se politiza, se empodera, se ajusta criativamente”, completa Larissa.

 

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