Henrique Lopes
Não é de hoje que o protagonismo feminino chama atenção pelas mudanças que provoca no mundo. Donas de uma capacidade inigualável de olhar com afeto para o outro, as mulheres sempre foram fundamentais na construção de uma sociedade justa, igualitária e solidária.
Com três anos de existência, o grupo “A Voz da Mulher”, formado por mulheres de Pedro Afonso e de cidades da região, tornou-se muito mais que um singelo grupo em um aplicativo de celular, mas uma mobilização contínua em prol do bem comum.
Fundado no dia 28 de setembro de 2015, o “Voz da Mulher” foi criado com o objetivo de trocar informações, notícias, mensagens de reflexão, entre outros assuntos, sem qualquer conotação política.
A fundadora do grupo, a professora Luzia Bucar, contou à reportagem do Portal CNN que no início a meta era a interação entre as mulheres, mas com o tempo foi ampliado. “Começando com 11 pessoas, mas o grupo foi crescendo e logo vimos a necessidade do outro, pessoas muito carentes. Daí surgiu a necessidade de transformá-lo em um grupo solidário”, lembrou.
As integrantes dovam um quilo de alimento mensalmente, depois são feitas cestas básicas e doadas a famílias carentes. “Com essa ação, nós percebemos que o grupo podia ajudar mais, então começamos outros trabalhos, como a doação de roupas, utensílios, calçados, materiais escolares, cama, fogão, sofá, carrinho de bebê, berço, cadeira, bicicleta, entre outros itens”, revelou a professora.
Ao todo já foram doadas 289 cestas básicas e realizadas diversas ações como a mobilização de Natal, onde são beneficiados os setores mais carentes de Pedro Afonso, e mais recentemente a entrega de alimentos, roupas e calçados no setor Canada, um dos mais carentes de Pedro Afonso.
Maria Luciane de Sousa Farias, 36 anos, que também é professora, ressaltou que é muito gratificante ver a união das mulheres. “É um grupo solidário que não tem vínculo nenhum com política e que, através da nossa amiga Luzia Bucar, faz muitas pessoas felizes. Às vezes, no dia que entregamos as cestas, a família não tinha nada para pôr na mesa e isso nos leva a ajudar mais e mais ainda”.
Já a servidora pública Zenaide de Alencar Lopes, 37 anos, acredita no olhar da mulher para com o outro como forma de mudar a sociedade. “Acredito que, diante da sociedade atual, na qual muitas vezes não olhamos o quanto existem pessoas necessitando de ajuda do nosso lado, nossas ações têm contribuído para amenizar e trazer um pouco de alegria a quem muitas vezes não tem o que vestir, onde morar, e pior, não tem o que comer ou como alimentar seus filhos”, comentou.
Quem já foi beneficiado elogia as boas ações realizadas. “Nós sabemos que existem pessoas que precisam muito de ajuda e ver esse grupo ajudando é algo que nos deixa alegre, em receber esses benefícios”, disse a dona de casa Aldirene Freitas da Silva, 27 anos.
“Para mim, ver um grupo de mulheres disponibilizando seu tempo para ajudar o próximo é algo muito bom. Aqui mesmo no Setor Canadá são várias pessoas carentes, eu já precisei do grupo e fui ajudada. Ter, hoje, essa representatividade entre as mulheres é muito importante, pois precisamos estar unidas e nos ajudarmos”, afirmou a dona-de-casa Mariá Santos, 29 anos.