Henrique Lopes
Mesmo com as investidas do presidente Michel Temer (MDB) para tentar encerrar a paralisação dos caminhoneiros, entre elas, a redução de R$ 0,46 no valor do litro do diesel, desconto a ser mantido por dois meses, caminhoneiros por todo o país continuam a ocupar rodovias e pontos estratégicos de algumas cidades brasileiros pelo oitavo dia consecutivo.
Em Pedro Afonso, cerca de 150 caminhoneiros participam da mobilização que conta com o apoio de pessoas da comunidade e se concentra na entrada da cidade, no quilômetro 164 da BR-235, próximo à ponte Leôncio Miranda, sobre o rio Tocantins.
O caminhoneiro Iran Correia, um dos mobilizadores do movimento no município, afirmou que a proposta do presidente está sendo analisada pelos representantes da classe, entretanto não há um posicionamento, ainda, sobre o final da greve que já atinge diversos serviços, sobretudo o desabastecimento de combustível, além de setores do comércio e da indústria. “Por enquanto a greve continua, estamos esperando o resultado, mas a princípio, a proposta feita pelo presidente não será aceita”, disse Iran, ressaltando que a proposta é inviável. “A própria população não está aceitando o que o governo propõe. É uma falta de respeito com o povo brasileiro”, completou o caminhoneiro.
Impactos no comércio
Após um ano complicado, com a falta de serviços bancários, causados pelo roubo à agência do Banco do Brasil, os comerciantes de Pedro Afonso voltaram a ter prejuízos, agora com os impacatos causados pela paralisação dos caminhoneiros, devido ao desabastecimento de produtos.
O combustível já é escasso em todos os postos do município. Um dos reflexos é a falta de gasolina e etanol desde o sábado, 26. Os motoristas que procurarem os postos de combustíveis irão encontrar apenas diesel, na manhã desta segunda-feira, 28. Também falta gás de cozinha.
No comércio, frutas, legumes, entre outros itens, já não podem ser mais encontrados nas prateleiras, desde a última semana.
Representantes da Associação Comercial e Industrial de Pedro Afonso (Acipa) se reúnem na desta segunda-feira, 28, para avaliar impactos e prejuízos no comércio local.
Serviços básicos
Além dos comércio, serviços básicos como educação e saúde têm sido atingidos pela greve. Em Pedro Afonso, a Secretaria Municipal de Educação informou que tem mantimentos para esta semana, apesar de não ter no estoque frutas ou legumes. O transporte escolar também deve funcionar normalmente.
Na saúde, o número de viagens foi reduzido e, caso a greve persista, podem ser suspensas totalmente na próxima quarta-feira, 30. Estão funcionando apenas as vans que fazem as rotas para Palmas e Colinas, além da caminhonete que transporta os pacientes que fazem hemodiálise em Palmas. Outros serviços de transporte estão suspensos.
Mobilização
Na tarde do último sábado, 26, caminhoneiros realizaram uma carreata com buzinaço pelas ruas de Pedro Afonso, para chamar a atenção da comunidade para as demandas do movimento grevista.
Já neste domingo, 27, uma carga de melancia foi distribuída pelos caminheiros à comunidade, já que o produto perecível se perderia antes de chegar ao comércio.
Leia também:
Greve dos caminhoneiros continua e causa impactos na economia de Pedro Afonso