O deputado Jorge Frederico (MDB) iniciou na manhã desta quarta-feira, dia 25, no plenário da Assembleia Legislativa, um amplo debate sobre as exonerações promovidas pelo governo de Mauro Carlesse (PHS). O oposicionista avaliou as cerca de três mil exonerações como “prejudiciais a pais e mães de famílias”.
“Os cortes não deveriam ter viés político e ser mais bem planejados para alcançar os que ganham mais, não os chefes de família”, argumentou. Outros parlamentares, porém, defenderam as medidas adotadas pelo Executivo.
O deputado Eli Borges (SD) disse que, em vez de criticar, apresentou reivindicações ao governador, sobretudo a recuperação das estradas degradadas e o retorno de militares que estão prestando serviços em órgãos a fim de trabalhar nas ruas, na segurança da população.
Jorge Frederico rebateu, alegando ter recebido ligações de pessoas desesperadas com as exonerações, e aconselhou o Governo a não dispensar pessoas que realmente trabalham.
Os deputados Amélio Cayres (SD) e Nilton Franco (MDB) também criticaram as exonerações. Cayres disse que foram exonerados todos os assistentes sociais e motoristas do Hospital Regional da cidade de Augustinópolis. Franco cobrou do Ministério Público Estadual (MPE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) a fiscalização das demissões.
Para ele, a culpa é dos aliados de Carlesse. “Não culpo o governador, mas seus apoiadores, que não observam a demanda da população, mas sim o interesse político”, criticou Amélio Cayres.
A exemplo de Eli Borges, José Bonifácio (PR) pediu prudência e uma análise equilibrada da situação. “Os parlamentares devem primeiro auxiliar o Governo a separar o joio do trigo, ajudando a administração a indicar quem trabalha. Antes de jogar pedra, vamos procurar ajudar”, defendeu.
Mas as críticas continuaram. Ao afirmar que a retirada de servidores tinha o intuito de relocar “apoiadores da eleição suplementar”, Osires Damaso (PSC) lamentou a instabilidade jurídico-política enfrentada pelo Estado.
Na defesa do Executivo, Wanderlei Barbosa (PHS) pontuou que o Governo precisou adotar medidas duras com vistas ao reequilíbrio fiscal. Disse ainda que as exonerações têm o objetivo de detectar quem de fato está trabalhando, e que os “verdadeiros” servidores poderão ser recontratados.
O deputado revelou que a medida abrirá espaço para a contratação de concursados, em substituição àqueles que não estavam assumindo seu papel.
Júnior Evangelista (PSC) também defendeu o Governo, ao lembrar que a situação de precariedade do Estado, que obriga Carlesse a demitir, não foi criada pela atual gestão. O parlamentar disse que vê como “desrespeitosas” as críticas ao Executivo.
“Um governo novo tem que ter um tempo para se adequar, inclusive para montar sua equipe. Carlesse está bem intencionado e esta Casa tem o dever de ajudá-lo a organizar primeiro o Estado”, concluiu o deputado.