Ao lançar oficialmente a pré-candidatura do ex-juiz e advogado Márlon Reis ao governo do Tocantins, a presidenciável Marina Silva (Rede Sustentabilidade) ressaltou que a população tocantinense terá oportunidade rara de escolher um governador e não optar pelo menos ruim como viu nas eleições passadas. “O povo tem consciência e está esperando a oportunidade para escolher. Pela primeira vez no Tocantins vai haver a oportunidade de escolher e não optar [entre o menos pior]. Escolher é uma coisa, ou seja, te dá várias opções. Agora, optar é limitado, não te dá a liberdade”, disse Marina na abertura do movimento “Diálogo pelo Tocantins”, da Rede, na noite do dia 24 de novembro, no auditório da escola municipal Padre Josimo, em Palmas (TO).
O movimento iniciado oficialmente foi aberto com a presença de várias lideranças políticas nacionais e locais e representantes de diversos segmentos da sociedade como juristas, profissionais liberais, servidores públicos, movimentos sociais, lideranças indígenas e representantes de segmentos produtivos. “Guardem esta data. As coisas grandes começam com grupo de pioneiros. Eles que vão à frente com a cara e coragem. Isso é grande demais para ser apenas de um partido. A Rede quer “embalar” isso. Vamos transformar em movimento da sociedade. Historicamente quem ganha as campanhas é o marqueteiro. Ele ganha e vai embora. Mentiu à vontade e não tem compromisso com nada mais. Porém, conosco é diferente. Em vez das estruturas ganharem, vamos dar a vitória à ética, ao respeito com o cidadão, com a coisa pública e à gestão inovadora”, ressaltou.
As alianças
Marina falou ainda sobre as alianças que o partido fará no Tocantins. “Faremos aliança, sim. Porque é com homens e mulheres de bem que a gente muda uma situação. Teremos um programa de governo sério, justo e prático com os compromissos de gestão que contemple os principais aspectos da sociedade tocantinense. E o programa de governo é contrato de trabalho. É onde assumimos o nosso compromisso. Falar das coisas boas que queremos fazer. Estamos cansados do ódio”, disse. “A forma que se ganha determina a maneira que se governa. Se ganha mentindo, vai ganhar mentindo. Os fins não justificam os meios”, completou.
Ela fez questão de falar da importância do ingresso na política de nomes como o de Márlon Reis, que em abril de 2016 pediu exoneração da magistratura para seguir a carreira de advogado e participar ativamente da política partidária no país. “É um orgulho ter Márlon como membro da Rede por sua história e seus compromissos”, disse, ao ressaltar que ele foi o redator e um dos principais responsáveis pela criação da Lei da Ficha Limpa e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). “Hoje no Estado estão surrupiando o dinheiro da previdência dos servidores, os consignados, a Polícia Federal está a toda hora fazendo operações e revelando casos lamentáveis de corrupção. E, num momento, um filho do Tocantins vem para mudar essa situação. E ele não mudará sozinho, mudará com o fortalecimento deste movimento que percorrerá todo o Estado”, finalizou Marina ao lembrar que Márlon Reis é tocantinense de Pedro Afonso.
Modelo político
Em seu pronunciamento, Márlon Reis reforçou o compromisso de fazer uma gestão inovadora, que respeite à ética pública e diálogo com todos os segmentos da sociedade. “As eleições de 2018 vão enterrar o modelo político do Tocantins. Esse modelo político de negociatas, de corrupção, de Estado largado, sem planejamento, com a saúde um caos, consignado do servidor retido, rombo do Igeprev, etc...”, declarou. “As pessoas me pedem: transforme o Tocantins. Vamos fazer isso juntos. Tenho claramente em minha mente: Dinheiro público não se toca, não se mexe. Dinheiro da saúde não se mexe a não ser para salvar vidas. Dinheiro da educação não se mexe a não ser para promover a educação. Não se mexe em dinheiro de estradas se não for para aproximar as pessoas”, complementou.
Para Márlon Reis, que já vem percorrendo o Estado, o “Diálogos pelo Tocantins” dará a oportunidade para que a população seja ouvida e participe deste movimento. “Experiência da lei da ficha Limpa mostrou que só vingou porque começou de baixo. Não vamos fazer política de cima para baixo. Vamos fazer política olhando para o lado e dizendo: “faça parte desse movimento, participe ativamente, você terá espaço para isso, sim, como nunca houve aqui no Tocantins”, afirmou.
Manifestações de apoio
O porta-voz da Rede Sustentabilidade, Zé Gustavo, disse que o evento em Palmas é um marco simbólico. “É o primeiro lançamento de pré-candidatura da Rede no Brasil. E de uma figura ética, homem que combate a corrupção. Precisamos mudar o paradigma da política. Em 2018 vamos ter a grande oportunidade de aposentar os grupos políticos que se alternam no poder. Tocantins é símbolo do Brasil. Esse processo é inspirador”, disse.
O prefeito de Palmas, Carlos Amastha, destacou a presença de Marina Silva e dos líderes nacionais e da comunidade local. Ele ressaltou feitos de sua gestão, comentou o cenário estadual e declarou ter a “plena convicção” que Marlon será um excelente governador para esse Estado. Já o deputado estadual Paulo Mourão falou do “sentimento de que é possível transformar esse país”. “A mudança passa justamente pelo o que a gente possa acreditar e agir”, disse.
A deputada federal pelo Maranhão, Eliziane Gama, reforçou a credibilidade em Márlon Reis e na Rede por suas políticas públicas sérias e transparentes. Ursula Vidal, pré-candidata da Rede ao governo do Pará, falou da “janela história de virada” na política e na gestão do Tocantins e Pará. “Para enfrentar a oligarquia e um modelo político arcaico precisamos caminhar juntos. É com diálogo que a gente constrói junto.”
O jurista Luiz Flávio Gomes, um dos principais nomes do país na área de cursos jurídicos, citou exemplos de solidariedade e disse ver que o movimento representa um novo jeito de fazer política. “E política é algo de todos.”
O professor Ronaldo Lemos, responsável pelo Marco Civil da internet no Brasil e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, ressaltou que o “Diálogos pelo Tocantins” representa momento de construção de um novo modelo político. “A partir do diálogo podemos resolver os problemas. Sentimentos negativos e distanciamento não cabem mais. Política que nos aproxima uns dos outros é o que vejo aqui”, disse, lembrando que a candidatura de Márlon Reis é um exemplo para o país.
Hélio Santana, representando os policiais civis do Estado, destacou que a Rede une pessoas com ideias novas e benéficas à população. Outro momento importante foi a manifestação do presidente da Associação dos Surdos de Palmas, Rondinelli Moreira. Com interpretação da linguagem de sinais, ele disse acreditar que esse movimento integrará à sociedade as pessoas com necessidades especiais e que a Libras (Língua Brasileira de Sinais) deve ser difundida. O líder indígena Muiru Haruwi Kuady afirmou que a comunidade indígena está esquecida no Estado. “Na política a gente precisa de representação”, disse, ao relatar muitos casos de suicídios e pedir apoio para seu povo. Ao reivindicar sensibilidade e respeito, disse acreditar no compromisso da Rede.
Também estiveram presentes no evento o vereador Thiago Lucena, de João Pessoa (PA), Márcia Barbosa (vice-presidente estadual do PT), Roni Abraão e Marcos Aires, do PRTB-TO, Edmilson Júnior e Bruna Paola (porta-vozes da Rede no Tocantins), Alessandra Muniz (presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família do Tocantins) e o bispo Esdras Baía, que também se pronunciou em nome da comunidade evangélica presente. Vereadores tocantinenses e secretários municipais também prestigiaram o evento.