Segurança e Justiça

PREVENTIVA

Justiça decreta prisão de PM's após delegado ser baleado em Guaraí

30/10/2017 08h56 - Atualizado em 30/10/2017 09h06
Portal CNN
Carro conduzido por delegado ficou com marcas de tiro

Fonte: G1 Tocantins 

A Justiça decretou a prisão preventiva dos quatro policiais militares suspeitos de atirar contra o delegado da Polícia Civil Marivan da Silva Souza, em Guaraí, região central do estado. A decisão, emitida neste domingo, 29, é do juiz plantonista Ciro Rosa de Oliveira. Segundo ele, o objetivo é evitar que os militares destruam provas e interfiram no depoimento de testemunhas.

A prisão preventiva é contra os policiais Frederico Ribeiro dos Santos, João Luiz Andrade da Silva, Thiago Mariano Duarte Peres e Cleiber Levy Gonçalves Brasilino. A defesa dos policiais informou que vai entrar com Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Tocantins para pedir a liberdade deles.

Os militares estão presos no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas e entregaram as armas e a viatura usadas na ação.

O caso aconteceu neste sábado (28) após os PMs confundirem o delegado com um criminoso. Marivan da Silva Souza levou três tiros, um na mão, um na orelha e outro de raspão na cabeça. Ele perdeu parte de uma das orelhas. Souza recebeu alta do hospital em que estava internado em Palmas. Os disparos foram feitos por policiais da Companhia Independente de Operações Especiais da Polícia Militar, que estariam na cidade procurando suspeitos do assalto a um carro-forte na BR-153.
Na decisão, o juiz alega ainda que, conforme provas, uma testemunha recebeu uma ligação de uma pessoa, se identificando como policial militar, e que falou que gostaria de conversar a respeito dos fatos.

Oliveira alega ainda que a prisão é para garantir a integridade física dos policiais, já que há "uma grande aglomeração de policiais civis revoltados com a barbárie com que o suposto crime fora praticado".

Entenda
As câmeras de segurança de um mercado flagraram a ação. Nas imagens é possível ver uma caminhonete com vários homens armados perseguindo o carro do delegado. Na sequência, várias pessoas que estavam na rua correm para dentro do comércio antes dos tiros começarem.

Em outro vídeo, feito por um cinegrafista amador, o delegado está deitado na rua após ser baleado três vezes e há vários policiais em volta gritando para que os moradores se mantenham longe do local.

Os disparos foram feitos por policiais da Companhia Independente de Operações Especiais da Polícia Militar, que estariam na cidade procurando suspeitos do assalto a um carro-forte na BR-153. Marivan da Silva Souza é o responsável pela delegacia de Colméia, também na região central do estado. O carro em que ele estava ficou com várias marcas de tiros.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol) disse que acompanha o caso e que considera que a ação foi um ato ilegal da Polícia Militar. O sindicato afirma que o delegado estava em baixa velocidade, desarmado e sozinho e que foi abordado por PMs que não se identificaram, estavam sem uniforme e em uma viatura descaracterizada.

O Sindepol disse ainda que o caso demonstra que a PM extrapolou suas funções e que aguarda a conclusão da investigação e a condenação dos responsáveis.

Investigações do caso
O Governo do Tocantins informou que foram abertas duas investigações independentes sobre o caso. Uma está sendo conduzida pela Comando Geral da PM e outra pela Secretaria de Segurança Pública. O secretário de Segurança Pública, César Simoni, o delegado-geral da Polícia Civil, Claudemir Luiz Ferreira e o Coronel Glauber de Oliveira Santos, comandante geral da Polícia Militar, estão em Guaraí acompanhando o caso.

Assalto a carro-forte
O incidente aconteceu durante a operação montada para procurar os suspeitos de assaltar um carro-forte na tarde desta sexta-feira (28), entre Guaraí e Presidente Kennedy, na BR-153. O veículo foi explodido e o dinheiro levado pelos bandidos, que trocaram tiros com os seguranças do veículo. Ninguém ficou ferido.
As polícias, inclusive, fizeram um pedido para que os moradores da região onde ocorreu o assalto saiam de casa para evitar sequestros.

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