Prefeitos, secretários e diretores de Transporte dos Municípios tocantinenses tiveram a oportunidade de conhecerem o sistema de informação geográfica denominado Transcolar Rural, que permite às prefeituras determinarem rotas menos onerosas para o transporte de alunos da Zona Rural. O programa foi apresentado pelos professores da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), PHD Nilson Tadeu Ramos Nunes, coordenador geral do projeto, e doutor Marcelo Franco Porto, coordenador técnico. Ambos foram convidados pela Associação Tocantinense de Municípios (ATM).
A reunião de trabalho sobre o Transcolar Rural foi aberta com as palavras do prefeito de Palmeirópolis, Fábio Vaz, que representou o presidente da ATM e prefeito de Pedro Afonso, Jairo Mariano. “O encontro permite discutirmos os principais problemas enfrentados pela gestão na execução do Transporte Escolar. Além de buscarmos soluções para reduzirmos os custos operacionais do programa, precisamos discutir o quantitativo e os atrasos de repasses mensais, as exigências cobradas no processo de vistoria, entre outros pontos”, disse. Além dos gestores, participaram membros do Ministério Público Estadual e secretarias de Estado da Educação e Fazenda.
Sistema
Em sua explicação, o professor e doutor Marcelo Franco Porto, afirmou que a ferramenta permite cruzar dados relacionados ao aluno, a unidade escolar e malha viária. “O sistema reúne mapas das estradas existentes, seja por imagens aéreas ou trabalhos de campo, e o cadastro de alunos e escolas fornecidos pelas secretarias de educação. As informações são cruzadas e o sistema gera rotas mais eficientes e baratas”, disse.
Em outro momento, o PHD Nilson Tadeu Ramos Nunes destacou a falta de parâmetros para avaliação de eficiência e custos. “Alguns estados usam como critério para definição dos valores a densidade demográfica do município. Mas numa cidade com área muito extensa e poucos habitantes, o repasse acaba sendo insuficiente para rotas longas”.
Rio Sono
Prefeito do quinto maior município em termos de extensão territorial, o chefe do executivo de Rio Sono, Joãozinei Rocha, disse que no município há 18 rotas do transporte escolar e comenta dificuldades na gestão do programa. Rocha revela que umas das rotas do seu município, a que liga ao povoado Novo Horizonte, possui 256 quilômetros de extensão.
“Tivemos que terceirizar 14 rotas, pois não temos ônibus suficiente para todos os trajetos. A situação se agrava ainda diante dos atrasos e da falta de repasses cometidos pelos governos Estadual e Federal, pois prejudica a manutenção da frota e a aquisição de combustível. Contudo, o Transcolar Rural é algo positivo, pois trará economia e informações importantes a serem utilizadas em outras áreas, como agricultura familiar e infraestrutura rural”, disse.
Transcolar Rural
O Sistema Transcolar Rural – desenvolvido sob coordenação do Departamento de Transportes e Geotecnia (ETG) da Escola de Engenharia – permite otimizar rotas e reduzir custos do transporte escolar rural. A aplicação do sistema começou pelos municípios mineiros, mas o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) interrompeu repasses, e o governo do Espírito Santo financiou a conclusão do projeto. O Transcolar Rural funciona hoje em 76 dos 78 municípios capixabas. Em Minas, as cidades de Bom Despacho, Pará de Minas e Esmeraldas garantiram adesão, e há estudos adiantados para outros 147 municípios.
Após o encontro, prefeitos, professores da UFMG e servidores municipais apresentaram a ferramenta aos dirigentes da Secretaria de Estado da Educação para que a pasta possa implantar o sistema no Tocantins e redesenhar as rotas nos municípios.