Henrique Lopes
O incêndio que continua a devastar propriedades na zona rural de Pedro Afonso já deixou um rastro de destruição, que pode chegar a uma área de mais dois mil hectares. O fogo destruiu lavouras de cana da usina da Bunge, plantações de milho safrinha, áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente (APPs).
Também morreram bovinos que não conseguiram fugir das chamas e equipamentos como pivôs de irrigação foram danificados.
O assunto foi abordado no Programa Fred Alves – veiculado na Rádio Vale FM, de Pedro Afonso –, na manhã da sexta-feira, 25. Na ocasião, o delegado da Polícia Civil de Pedro Afonso Lucas Kertesz de Oliveira ressaltou que a polícia vem trabalhando com todas as hipóteses, pois como o inquérito acaba de ser aberto, ainda estão começando as diligências em campo e coleta de depoimentos.
“Já foi requisitada a perícia para ver a extensão do dano e vamos está noticiando o Naturatins, para sermos parceiros e fornecerem informações para o inquérito, pois eles têm o sistema de acompanhamento via satélite, onde poderemos saber o foco inicial desse incêndio”, afirmou o delegado.
Para o delegado, durante as visitas feitas pela Polícia Civil às propriedades atingidas foi possível perceber o estrago das áreas consumidas pelo fogo. “Já vimos que é um incêndio de grandes proporções, fizemos imagens com drone e o impacto é muito forte”, destacou.
Ainda de acordo o delegado, a identificação do responsável ou responsáveis pelo início do incêndio é bastante difícil. “Esse é um tipo de crime difícil de identificar a autoria, pois a pessoa passa por ali e joga um toco de cigarro que pode dar início as chamas”. Entretanto, Lucas afirma que as investigações irão buscar a autoria e a responsabilidade deve ser apurada, pois existe danos a terceiros, onde esse prejuízo deve ser mensurado.
Também em entrevista ao Programa Fred Alves, o supervisor do Escritório Regional do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Maurício Barros, explicou que como o fogo ainda continua, ainda não é possível calcular os prejuízos ambientais, sociais e financeiros das propriedades atingidas. “Em toda a minha história trabalhando no Naturatins, eu nunca havia presenciado um fogo com proporção tamanha aqui em Pedro Afonso”, afirmou o supervisor, que considera o incêndio um dos maiores que já ocorreram no Tocantins.
Mauricio Barros assegurou que o órgão ambiental monitoria a área, inclusive com imagens de satélite, para mensurar o dano ambiental e identificar o autor ou autores do fogo, para depois tomar os procedimentos legais como autuação e emissão da multa. Depois, todas as informações são passadas para o Ministério Público Estadual que apura na esfera judicial.
Impacto
Ainda sem ser contido, o fogo deixa um rastro de destruição por onde passa. Apenas na propriedade do produtor rural Juliano Sandri mais de 250 hectares foram consumidos pelas chamas, gerando um prejuízo estimado de R$ 300 mil. Pelo menos 50 cabeças de gado morreram. As informações são do G1 Tocantins.
Proprietários e famílias ainda calculam o prejuízo, enquanto moradores das áreas não atingidas pelo fogo temem que o incêndio não seja controlado.
Equipes da Prefeitura de Pedro Afonso visitaram as propriedades para buscar informações e dados para mensurar o prejuízo deixado pelo fogo.
Penalidades
Entre as penalidades previstas aos responsáveis por esse tipo de crime está multa mínima de R$ 1 mil por hectare atingido, além de reclusão de dois a quatro anos.
Além das multas previstas no Código Florestal, caso seja identificado o autor do crime ambiental. ele responderá, além do crime de incêndio, também por danos a terceiros.
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