Economia
APÓS ROUBO AO BB
Falta de serviços do Banco do Brasil prejudica moradores da região de Pedro Afonso
Henrique Lopes
Após o assalto que explodiu parte da agência do Banco do Brasil de Pedro Afonso, realizado por um grupo ainda não identificado na modalidade “Novo Cangaço", na madrugada do último dia 10 de março, moradores da região sofrem ao tentar realizar as mais simples transações bancárias.
Com o atendimento comprometido, a principal agência bancária de Pedro Afonso, que também atende os municípios de Bom Jesus do Tocantins, Centenário, Santa Maria do Tocantins, Itacajá, Rio Sono e Tupirama, não está oferecendo serviços essenciais aos clientes, prejudicando assim à realização de saques, depósitos, pagamentos, entre outros serviços.
Como medida para driblar o problema, correntistas recorrem aos caixas eletrônicos 24 horas instalados na sede da Prefeitura de Pedro Afonso, ao Banco Postal, através dos Correios, e a única lotérica do município. Entretanto, com a limitação de saques e a não realização de algumas transações nesses terminais, o consumidor acaba por ficar sem alternativas, principalmente para realizar saques e depósitos.
A assistente administrativa Maria da Paixão Rodrigues afirma que as demandas pelos serviços ofertados na casa lotérica e nos Correios cresceram, o que vem ocasionando grandes filas e sobrecargas dos sistemas, dificultando a realização das transações simples. “No banco só está funcionando um caixa, apenas para transferência que tem o limite de R$ 800,00 por dia. Na lotérica as filas são gigantescas e o limite de saque é de R$ 300,00, mas ainda é bastante difícil, pois precisam ter dinheiro em caixa para realizar os pagamentos. Daí é alguém pagando e outro sacando, e muitas vezes não tem dinheiro para atender todo mundo”, diz a assistente administrativa.
Para o empresário Márcio Antônio Sábio, proprietário do Supermercado Rio Preto, as dificuldades acabam sendo maiores para as pessoas que não fazem transações através do telefone ou da internet. Ele lembra que os aposentados são os maiores prejudicados, pois precisam do banco para utilizar os serviços. “A dificuldade acaba sendo maior para algumas pessoas já que não possuem condições de trabalhar com telefone e internet. E pior é com os aposentados que já recebem pouco e não tem condições de se locomover para outras praças como Colméia ou Miranorte para sacar”, frisa o comerciante.
Prejuízo ao comércio
Márcio Sábio lembra, ainda, que o atual cenário prejudica não apenas os moradores, mas também o comércio local, já que muitas pessoas ficam sem ter como sacar dinheiro ou se deslocam a outras cidades e acabam gastando parte do dinheiro lá, o que segundo ele vem diminuindo o fluxo de compras no comércio local. “Há também uma diminuição de dinheiro na praça e isso afeta os negócios. Fica ruim para todos nós”, completa o empresário.
A cabeleireira Vanessa Amorim afirma que já teve que desmarcar horários de atendimento, pois os clientes não conseguiram sacar dinheiro e acabaram desistindo de realizar os procedimentos estéticos. “Movimento já não estava bom, agora parou de vez. Algumas das pessoas chegam a agendar horário, mas desmarcam logo depois, pois não conseguiram sacar dinheiro”.
Dificuldade para atender a demanda
Proprietário da única lotérica de Pedro Afonso, o empresário Itano Arruda Lima desabafa sobre a dificuldade de atender a demanda após o assalto. “Nós trabalhamos em um sistema de entrada e saída, pois não temos um cofre ou guardamos dinheiro em caixa. Precisamos receber para poder efetuar os pagamentos e isso tem gerado uma demanda muito grande após o assalto a agência do Banco do Brasil”, releva.
Ainda segundo Itano Arruda Lima, em alguns dias algumas pessoas não conseguem efetuar as transações, mesmo ficando horas na fila. “Tem dias que ao final da tarde fica umas 15 ou 20 pessoas sem conseguir ser atendido, por que não teve dinheiro e assim não teve como sacar”, conclui.
Problema também em Guaraí
Cerca de um mês antes do ataque a agência bancária de Pedro Afonso, criminosos realizaram assalto semelhante ao Banco do Brasil de Guaraí. Ainda sem previsão para que os serviços de saque e depósitos, feitos através dos caixas eletrônicos, sejam realizados, a agência, que teve parte da estrutura danificada durante a explosão ocorrida no dia 03 de fevereiro, também opera com serviços reduzidos, realizando apenas atendimentos internos.
Desta forma correntistas e moradores da região que dependem dos serviços bancários tem que se deslocar até as agências mais próximas, localizadas nos municípios de Miranorte, Colméia e Miracema do Tocantins.
Banco do Brasil responde
Procurada pela reportagem do Portal CNN, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil lamentou os transtornos causados pela ação criminosa e destacou que devido aos prejuízos estruturais o banco está realizando os atendimentos de forma contingenciada até que a reforma das agências explodidas sejam realizadas.
Sem estipular data para que os serviços sejam normatizados ou prazos para instalação de unidades de autoatendimento, caixas eletrônicos, o Banco do Brasil está trabalhando para que as agências sejam abertas no menor tempo possível.
Confira resposta do Banco do Brasil na íntegra:
Informamos que lamentamos os transtornos ocasionados por fatores externos e alheios à nossa vontade, que por meio de ocorrências criminosas prejudicam a estrutura e funcionamento de nossas agências. Por conta disso o Banco presta atendimento aos clientes, porém de forma contingenciada em algumas localidades, enquanto providenciamos a reforma das agências que foram explodidas.
Neste período orientamos os clientes a procurar atendimento através do Banco Postal nos Correios, agências do Banco do Brasil das cidades vizinhas, COBAN - Correspondente bancário, Internet e Central de atendimento através dos telefones: 4004-0001 ou 0800 729 0001.
Além desses canais, o cliente poderá utilizar o Celular Smartphone, para intermediar operações de crédito, pagamentos, transferências e outros.
O Banco do Brasil está trabalhando para que suas agências sejam reabertas no menor prazo possível.
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