Conhecido por sua importância para o agronegócio do Estado, o município de Pedro Afonso sediou a abertura oficial da colheita da safra de grãos 2016/2017 no Tocantins. O evento foi realizado na sexta-feira, 10, na Fazenda Uruçu, e contou com a presença da vice-governadora Cláudia Lelis, do secretário estadual da Agricultura e Pecuária, Clemente Barros, do presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (COAPA), Ricardo Khouri, além do presidente da Aprosoja-TO, Rubens Ritter, e produtores rurais e lideranças políticas estaduais e locais.
Em todo o estado a expectativa é que a Safra 2016/2017 de grãos no Tocantins se recupere e bata recorde de produção. Segundo a estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Tocantins terá uma área plantada de 1,3 milhão de hectares, um aumento de 6,6%, com relação à safra passada. Apesar do pequeno aumento da área plantada, a expectativa é que a produção aumente mais de 50,8%, saindo de 2,9 milhões de toneladas para mais de 4,4 milhões, ultrapassando o número recorde da Safra 2014/2015 que foi de 4,2 milhões.
Entre os produtores ligados à Coapa, o clima é de otimismo. Juntos plantaram 35.500 hectares de soja, a maior área cultivada nos 18 anos de história da cooperativa. Os 120 agricultores devem produzir mais de 80 mil toneladas da oleaginosa. “Nossa expectativa é bastante satisfatória, o clima vem ajudando e esperamos receber 80 mil toneladas de soja, sem levar em consideração o milho safrinha. Acreditamos que podemos superar essas projeções e chegar a 100 mil toneladas”, afirma Ricardo Khouri.
Para o produtor rural Geraldo Cancellier, que cultiva grãos no município de Centenário há 13 anos, o cenário é positivo e deve atender as expectativas. “Apesar de uma pequena estiagem no início do ano, o tempo tem ajudado. Acredito que a colheita atenda as projeções e possamos colher até 50 sacas por hectare nos 1300 hectares plantados”, prevê Geraldo.
Proprietário da fazenda Uruçu, Luiz Gilberto Ramos plantou 1.820 hectares de soja e pretende iniciar, para a safrinha, o cultivo de 600 hectares de milho. “Para a soja foi um ano bem positivo, se comparado à safra anterior. Já o milho é preciso ver como irá ficar o clima, mas as projeções também são boas”, releva o produtor.
Satisfeito com os resultados, o presidente da Aprosoja, Ruben Ritter, destaca que, apesar dos problemas pontuais enfrentados pelos produtores, a região centro-norte tem pela frente uma ótima colheita. “Nós tivemos problemas com a falta de chuva no início do plantio, mas o tempo virou a nosso favor e agora as lavouras tem respondendo bem ao clima. Por isso acredito que teremos uma ótima safra, muito melhor que a do ano passado”, afirma Ritter.
VII Jornada Tecnológica de Pedro Afonso e Região
Paralelamente à abertura da colheita de grãos, ocorreu a VII Jornada Tecnológica de Pedro Afonso e Região, que reuniu cerca de 250 pessoas, entre produtores rurais, pesquisadores e estudantes, e apresentou os resultados de experimentos realizados com 37 variedades de sementes cedidas pelas empresas Syngenta, Uniggel, Bayer, Pioneer Sementes, Talismã Sementes, Nidera, Morinagra, Gmax, e LG sementes.
O engenheiro agrônomo da Coapa Eduarte Bonafede explica que o evento serviu para orientar e apresentar novidades tecnológicas ao produtor rural. “Esse trabalho é feito para que o produtor possa conhecer os materiais que melhor se adaptam a região, e ainda para avaliar a sanidade, resistência a pragas e a produtividade”, relata.
O superintendente da Coapa, José Rander Lopes, destacou que atualmente a cooperativa é umas das entidades que mais promovem a difusão de novas tecnologias no Estado.
A Jornada Tecnológica de Pedro Afonso e Região, é uma iniciativa da Coapa com apoio da Embrapa e empresas parceiras.
Classificação Vegetal
Ainda no dia 10 de fevereiro foi entregue oficialmente o Posto de Classificação Vegetal de Pedro Afonso. O órgão fica localizado na sede da Coapa, em Pedro Afonso, e sua instalação é fruto de um convênio firmado entre a cooperativa, a Secretaria da Agricultura e Pecuária e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O posto deve atender 17 municípios da região.
A classificação de grãos é uma exigência da legislação brasileira que regulamenta a atividade por meio de instruções normativas do Mapa, para que a industrialização e comercialização de produtos vegetais e seus derivados sejam realizados com qualidade e segurança alimentar dentro dos padrões oficiais. É uma atividade auxiliar ao processo de comercialização dos produtos de origem vegetal, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, que tem por finalidade determinar a sua qualidade com base em padrões químicos e físicos. Atualmente, Palmas, Paraíso e Gurupi possuem esse laboratório.