Em dez municípios da região de Pedro Afonso já foram colhidos cerca de 35% da soja da safra 2016/2017. O trabalho termina no próximo mês de abril. Com a expectativa de alcançar boa produtividade e rentabilidade com a produção da oleaginosa, muitos agricultores também apostam no plantio da Safrinha, principalmente, com o cultivo de milho, sorgo e milheto.
A maioria dos produtores iniciou o plantio em fevereiro e a colheita deve acontecer até o final de julho.
Cerca de 50 produtores ligados a Coapa (Cooperativa Agroindustrial do Tocantins) estimam plantar 6 mil hectares nos municípios de Pedro Afonso, Bom Jesus do Tocantins, Santa Maria do Tocantins, Itapiratins, Itacajá, Recursolândia, Centenário, Tupirama, Rio Sono e Tocantínia.
Depois de cultivar 800 hectares de soja – com a meta de alcançar 30 mil sacas em três propriedades no município de Pedro Afonso – Manoel Miranda espera colher 6 mil sacas de sorgo e 4 mil de milheto nas mesmas áreas.
O produtor, que também é doutor em Agronomia e cultiva grãos na região desde 1996, acredita em bons resultados, pois a regularidade das chuvas, um fator importante que fez bastante falta no último ano agrícola, é positivo no atual momento. “É pouca a possibilidade de haver frustração de safra, pois estamos plantando em uma época favorável. O clima tem contribuído e a previsão é que não ocorram mudanças neste cenário”, diz o pesquisador e um dos fundadores da Coapa.
Em Tupirama, depois de cultivar 1.542 hectares de soja, o agricultor Walter de Souza Oliveira usará a Safrinha para fazer a rotação de culturas. Pretende plantar 1.100 hectares de milheto e 430 hectares de milho. Com a experiência de quem trabalha com grãos no município desde 2001 e viu os estragos causados pela estiagem na Safra 2015/2017, o produtor aposta na continuidade das chuvas até o final de abril, quando deve concluir a semeadura dos grãos.
Avaliação
O presidente da Coapa, Ricardo Khouri, lembra que as cultivares precoces de soja estão praticamente colhidas e a safrinha de milho em plantio acelerado até o final da primeira quinzena deste mês, quando o “grosso” da safrinha passa para a semeadura de sorgo.
Khouri também explica que a produtividade de soja é satisfatória revertendo o cenário de quebra da safra de 2015/2016, porém existe a preocupação com a redução das margens devido à queda dos preços internacionais e o custo elevado dos insumos agrícolas.
“Foi observado um acréscimo do custo de produção nessa safra é uma queda das cotações na Bolsa de Chicago, formando um contexto de margens bem mais estreitas que as três últimas safras. A atividade agrícola é superavitária, porém estamos com sinal de alerta ligado”, explicar o presidente da Coapa.
Mercado
Ainda não há um volume definido, mas das culturas produzidas na Safrinha o milho é a que tem maior comercialização.
A produção da região de Pedro Afonso além de abastecer o mercado local, também é vendida para a região Nordeste do país para suprir granjeiros, fábricas de ração e confinamentos de aves e suínos, além de ser exportada através das tradings.