Rubens Gonçalves
Em plena crise econômica, a Câmara Municipal de Brasilândia do Tocantins aumentou os salários do prefeito, vice-prefeito e de secretários municipais. Aprovado no último dia 11 de outubro, o reajuste ultrapassa 100%, no caso do prefeito e do vice. Os novos valores entram em vigor no dia 1º de janeiro do próximo ano.
De acordo com a proposta aprovada – à qual o Portal CCN teve acesso – o salário do prefeito aumentou mais de 100%: passa de R$ 5.500,00 para R$ 11.500,00. O do vice, que atualmente é de R$ 2.750,00, subirá para R$ 5.750,00. Já os secretários municipais, que hoje ganham R$ 2.400,00 – a partir de 2017 receberão R$ 3 mil.
De iniciativa da Câmara, a matéria foi aprovada por sete vereadores já que Preto (PROS) não compareceu e apenas Antônio Veurismar (o Terra Seca, do PR) foi contrário aos reajustes. O motivo, segundo ele, foi a redução de 17% dos salários dos professores municipais, aprovada em 2014.
“Se os professores, que são quem mais trabalham, tiveram seus salários reduzidos, por que aumentar os de prefeito, vice e secretários?”, questiona o parlamentar.
Justificativa
Já o presidente da Casa de Leis, Lucas Vieira (PMDB), informou à reportagem do Portal CNN que os reajustes foram apenas para equiparar aos salários pagos aos prefeitos, vices e secretários de cidades vizinhas, do mesmo porte de Brasilândia.
Além disso, explicou o parlamentar, o prefeito atual, João Emídio (PMDB), que é engenheiro agrônomo, é servidor público de carreira, teria optado pelo salário pago pelo Estado. “Diferente, portanto, do prefeito eleito, [Ricardo Dias - PSC]”, justificou.
Levantamento feito pela reportagem mostra que com os aumentos, sem incidência de impostos, 13º, dentre outros benefícios, no caso do prefeito, e vice, a folha salarial passará de R$ 99 mil anuais para R$ 207 mil/ano, um acréscimo de R$ 108 mil em um ano.
A cidade
De acordo com o IBGE o município de Brasilândia tem 2.064 habitantes. A renda média per capita dos moradores da cidade, segundo o IBGE, é de R$ 320,00. Já daqueles que moram na zona rural não chega a R$ 270,00. (Colaborou Fred Alves)