Fred Alves
A vereadora Sirleide do Movimento finalmente se pronunciou sobre sua destituição da presidência do diretório municipal do PMDB ocorrida no último dia 21 de julho.
Ela deixou o cargo e foi substituída pelo empresário Terrinha, principal articulador da sua saída. A parlamentar perdeu o comando da sigla após a destituição do diretório que presidia, já que mais de 50% dos membros renunciaram e uma comissão provisória foi criada, conforme diz o estatuto do PMDB.
Em entrevista exclusiva concedida ao Portal CNN na manhã desta sexta-feira, 29, Sirleide não poupou críticas ao empresário que vai ter seu nome confirmado como candidato peemedebista em convenção marcada para o dia 05 de agosto.
A parlamentar afirmou que Terrinha “agiu de má fé e de subterfúgios” durante o processo que levou à sua destituição da presidência do PMDB. “Para me tirar do cargo ele enganou alguns membros do diretório e disse que as assinaturas eram para outro fim. Ele agiu de má fé com as pessoas do partido que são humildes e acham que todo mundo é honesto”, acusou.
Sirleide esteve em Palmas nesta semana e se reuniu com a deputada federal e primeira-dama do Estado, Dulce Miranda, e com o presidente do diretório estadual do PMDB, Derval de Paiva. Conforme a vereadora, Derval disse que não tinha conhecimento do ocorrido no diretório do PMDB de Pedro Afonso, pois estava de férias quando ela foi destituída, e que teria ficado surpreso da maneira que foi feito todo o processo. “Em três dias foi feita minha destituição e a alteração no diretório. Foi muita arbitrariedade”, afirmou a vereadora.
A peemedebista relatou ter protocolado um ofício junto a executiva estadual do PMDB solicitando informações sobre o processo que culminou em sua saída do comando da sigla em Pedro Afonso. Junto com o ofício a vereadora disse ter anexado declarações feitas à mão e assinadas a por dez membros do diretório presidido por ela em que afirmam não terem assinado o pedido de renúncia.
“Ele sabia que não tinha condições de passar no diretório que eu presidia, por isso fez o que fez. A palavra democracia foi tirada do nome do PMDB”, afirmou Sirleide, que complementou afirmando que desde o último mês de abril Terrinha já articulava para lhe tirar do comando do partido em Pedro Afonso.
Usada
Sirleide também comentou a declaração de Terrinha de que teria trabalhado para a parlamentar assumir a presidência do diretório do PMDB pedroafonsino. “Ele é muito maquiavélico, como alguém que não tem trabalho político em Pedro Afonso pode indicar alguém? O que ele fez para se considerar um líder político? Não fui indicada presidente por ele, até porque nem filiado ao PMDB ele era. Quem defendeu meu nome para ser presidente foi a deputada federal Dulce Miranda, para quem fiz campanha em 2014 e ajudei a ter mais de 250 votos em Pedro Afonso”, comentou.
A vereadora também disse ter sido “usada” por Terrinha. “Ele me usou na época para tirar proveito no futuro. Não fiz compromisso politico com ele”, disparou.
Não apoia
Ao comentar sua decisão em disputar a convenção para ser indicada candidata peemedebista a prefeita de Pedro Afonso, a parlamentar relatou ter tomada a decisão após conversas com membros da sigla no município que, segundo ela, estariam insatisfeitos em ter que referendar o nome de Terrinha. “Ele nunca fez uma única reunião com o diretório para apresentar seu plano de governo. Só fez a imposição de seu nome dentro do partido, usou de subterfúgios maliciosos e de má fé. Por que ele teve medo de ir para a convenção comigo se 18 dos 25 membros do diretório renunciaram por estarem insatisfeitos comigo. Foi covarde em não querer disputar comigo na convenção?”, disparou.
“Ele [Terrinha] está desesperado para ser prefeito de Pedro Afonso e acha que basta ser candidato. Ainda vai ter que passar pela avaliação do povo que é bem esclarecido e sabe escolher o que é melhor para o município”, comentou a parlamentar.
Sirleide também anunciou que não pretende disputar a convenção para ser indicada candidata do PMDB ao executivo municipal, e que buscará a reeleição ao cargo de vereadora. “Serei candidata à reeleição, até porque é um direito meu que ele não pode tolher. Só se voltarmos ao tempo da ditadura militar. No diretório provisório ele colocou parentes e aliado mais próximos, fica impossível eu disputar a vaga para ser indicada candidata a prefeita”, explicou, ressaltando que no diretório que presidiu não havia nenhum parente seu.
Sobre a possibilidade de apoiar a candidatura de Terrinha, Sirleide foi categórica: “Não tem condições morais e éticas para eu pedir votos para ele. Ele sabe disso desde fevereiro deste ano”.
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