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Moradores reclamam da falta de manutenção em praça

25/07/2016 17h47 - Atualizado em 26/07/2016 09h33
Moradores reclamam da falta de manutenção em praça
Mato tomou conta da praça. Foto: Waldeci Campos

Tom Lima

Em Pedro Afonso, os moradores estão indignados com o que eles chamam de descaso quanto à manutenção da Praça Ecológica Pedro de Souza Pinheiro. Não é raro ver indignações individuas, mas nesta terça-feira, 19, a discussão partiu para um espaço maior, o ambiente virtual, de forma coletiva. Em uma página na rede social Facebook, as pessoas cobram a manutenção da praça, enquanto outras questionam de quem, de fato, é a responsabilidade para tal.

Um desses moradores é o mecânico Waldeci Campos, que publicou imagens do local. Para ele, é triste, que uma praça, depois de longos anos de dedicação, trabalho e muito suor, esteja mal tratada. “Dá tristeza, vê-la nesta situação, suja e cheia de mato. Uma praça que foi destaque em telejornais a nível nacional, que é patrimônio do Estado; não deveria se encontrar assim. É descaso e descanso do poder público. Deveria ter um zelador”, sugere.

Campos reclama ainda da iluminação. “Iluminação é bem-vinda, mas porque tanta demora?”, questiona e lembra que os serviços para reparos na iluminação estão quase 30 dias parados. “Não entendo já que a iluminação da praça IFTO ficou pronta em menos de dez dias. O padrão que colocaram está no lugar errado. Tirou a visão da praça, que também está cheia de valas”, reclama. Outro morador, o professor Benigno Andrade Vieira diz: “é uma pena ver a praça nesse estado. Espero que o poder público e os secretários responsáveis não deixem esse patrimônio ecológico da nossa cidade acabar”.

O presidente do grupo Amigos do Meio Ambiente (AMA), professor Fabrício Rocha de Sousa, também entrou no debate. Vale lembrar que o AMA foi fundado em 05 de setembro de 2010, objetivando construir a primeira praça totalmente ecológica do Brasil. Questionado por um internauta se o grupo acabou, ele disse que a entidade sempre contribui com ações de cunho ambiental, inclusive em parceria com a Prefeitura de Pedro Afonso.

Porém, de acordo com ele, o AMA não é responsável pela limpeza das praças ecológicas da cidade e, tampouco, pela manutenção delas. “É responsabilidade exclusiva da prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente. O que fazemos são mutirões, quando disponibilizamos de tempo. Certamente, as pessoas que tem o mínimo de conhecimento sabem que a responsabilidade de cuidar do patrimônio público é da prefeitura”, avisou. Ele também disse ao Portal CNN que até doente ficou de tanto trabalhar na construção e manutenção das duas praças ecológicas, tanto que recentemente foi submetido a uma cirurgia de hérnia ingnal. 

Novos conceitos
Desde quando iniciou sua construção em 2010, a Praça Ecológica de Pedro Afonso vinha chamando a atenção de moradores e visitantes pela proposta ambiental inovadora que utiliza pneus e garrafas pet no paisagismo da praça. Após alguns anos, o AMA, em parceria com instituições diversas, prefeitura e comunidade em geral, concluiu a praça em novembro de 2014. “Mais do que lixo, a Praça Ecológica de Pedro Afonso reciclou conceitos, devolveu vida à natureza, resgatou a autoestima da comunidade e reinventou a relação dos moradores com o ambiente e o poder público”, destacou reportagem exibida no Jornal Nacional sobre a praça, um dos pontos turísticos mais visitados de Pedro Afonso por pessoas que buscam inspiração na sustentabilidade e que acreditam que o meio ambiente é o principal elemento da humanidade.

Sustentabilidade
Na construção da praça foram utilizados 10 mil garrafas PET e 500 pneus, material que tinha como destino o lixo. No trabalho foram envolvidos cerca de 100 voluntários ligados a igrejas, faculdades, escolas estaduais e municipais, além de pessoas da comunidade. A praça tem várias espécies de árvores raras, como, por exemplo, Palmeira Imperial, Mogno do Pará, Ipê, Imbaúba e Barriguda. O local também tem um viveiro para produção de mudas, um campo de areia e um parquinho para crianças, que homenageia Lucas França Oliveira, estudante de 7 anos falecido no começo de 2104, em acidente.

Outro detalhe importante é que o local escolhido para implanta a praça fica na área urbana da cidade, antes usado como depósito de lixo, às margens do rio Sono, próximo ao antigo porto de acesso a Bom Jesus do Tocantins. O cenário que era de sujeira há cerca de dez anos, ganhou vida. Temerosos que volte ao que era antes, local de despejo de lixo, que os moradores lamentam a sujeira e cobram a manutenção devida.

Sem contato
A reportagem entrou em contato com a secretária de Meio Ambiente, Rosângela Aparecida Pereira de Oliveira – a Rose, mas não obteve êxito. Em mensagem, ela respondeu que estava “na estrada”, em viagem. O espaço está aberto para caso ela queira se manifestar sobre o assunto.
 

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