Educação e Cultura

VISIBILIDADE FEMININA

O novo olhar sobre a mulher

11/03/2016 13h42 - Atualizado em 13/03/2016 10h35

Henrique Lopes

Poucos se recordam, nas lembranças populares, do grandioso papel que as mulheres desenvolvem na sociedade. Baseadas em estereótipos e imagem de sexo frágil, a participações das mulheres em decisões importante nas sociedades, não importa que seja a nível regional, nacional ou internacional, acabam sendo encoberta por histórias onde a voz masculina parece ter tido maior relevância.

No Brasil, podemos destacar nomes que, apesar de algumas vezes esquecidas, mudaram o rumo das histórias, abrindo novas oportunidades para que hoje, tivéssemos uma sociedade mais justa e paritária entre homens e mulheres.

Chica da Silva, escrava que, ainda no ano de 1753, conseguiu ser libertada e, rompendo os padrões da época, ganhou prestigio social. A Princesa Isabel que comandou o Brasil por três vezes entre 1871 e 1888, sancionando a Lei Áurea, que libertava os escravos. Anésia Pinheiro, primeira mulher a realizar um vôo transatlântico. Rota lobato, primeira mulher a exercer medicina no Brasil e, mais recente a presidente Dilma Rousseff, primeira mulher a assumir a presidência do Brasil, em 2010.

A representatividade feminina vem sendo motivo de bastante debate. O movimento feminista, iniciado através de mulheres que lutavam pelo direito ao voto e de escolha sobre o casamento, abriu espaço para reflexão sobre o papel da mulher na sociedade com um caráter filosófico, político e intelectual.

Estranho e bastante questionados por alguns, as ações do movimento podem ser vistas em pequenas atitudes do dia a dia, basta observar o crescimento da autonomia da mulher, a quebra de padrões sobre a beleza feminina, o aumento do número e denúncia de crimes relacionados à violência contra mulheres e, principalmente, na representação da mulher como fator importante das mudanças sociais na contemporaneidade.

Em Pedro Afonso e região, com todas essas mudanças, o cenário não é diferente. A representatividade feminina sai do discurso e invade as casas, as ruas, empresas e órgãos públicos fazendo com que as mulheres ganhem mais espaços.

Um dos grandes destaques de representação feminina é da professora, mãe e escritora Anna Britto Miranda, um dos nomes mais influentes do norte goiano, durante a segunda metade do século XX. Suas lembranças como cidadã pedroafonsinna lhe renderam obras literárias como “História de Pedro Afonso”, que valorizam a cultura regional.

Primeira mulher a assumir o cargo de gestora do município de Bom Jesus do Tocantins, Rosângela Barbosa lembra que a construção da cidadania feminina não é fácil, já que nossa sociedade encontra se arraigada de machismo. “Apesar das inúmeras dificuldades, aos poucos estamos conquistando cada vez mais espaço. No caso do município de Bom Jesus do Tocantins, após cinco mandatos, eis que a cidade conta com uma mulher no poder executivo com o intuito transformador de buscar melhorias, já que nós mulheres somos mais sensíveis e preocupadas com as desigualdades sociais. Assim, como ocorreu comigo, desejo que todas as mulheres sejam cada vez mais protagonistas e busquem alcançar os seus desejos”, lembra a gestora.

Negra, mãe de três filhos, sendo um biológico e dois adotados, a militante das causas sociais Raimunda Nonato Nepunuceno, popularmente conhecida como “Xuxa”, se diz feminista ao lutar por dias melhoras para as mulheres. “Hoje como mulher eu me considero uma guerreia e tenho grandes sonhos que o amanhã será um dia melhor para todas nós, onde todas as mulheres conquistam seu espaço e se ocupem lugares de destaque”, diz Xuxa.

Já em Bom Jesus, além da gestora Rosângela Barbosa, outra mulher ganhou destaque durante sua gestão. A vereadora Daniela Lima foi primeira mulher a presidir a Câmara Municipal de Bom Jesus, em 2014. Para ela o empoderamento feminino é fundamental para promover a equidade entre os gêneros e fortalecer a imagem da mulher. “Não há razões para ainda existir um estereótipo de que somos um sexo frágil. Cada vez mais mostramos que nossas ações são fundamentais para o fortalecimento de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária”, ressalta a vereadora que assumiu a câmara por dois mandatos.
 

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