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Dona Eva, mulher mais idosa de Pedro Afonso, morre aos 102 anos

17/04/2016 18h52 - Atualizado em 20/04/2016 13h56
Dona Eva, mulher mais idosa de Pedro Afonso, morre aos 102 anos
Arquivo CNN

Fred Alves

Faleceu na tarde da quinta-feira, 14 de abril, a aposentada Eva Bezerra Lima, que até então era a mulher mais idosa de Pedro Afonso. Seu corpo foi sepultado no dia seguinte no cemitério da cidade.  Ela completou 102 anos no último dia 3 de abril.

Dona Eva faleceu na casa de uma sobrinha na Rua Anhanguera, onde estava morando ultimamente. Ainda não foi divulgada a causa da morte. O velório acontece no mesmo local. O corpo será sepultado no cemitério de Pedro Afonso na tarde desta sexta-feira, 15, em horário a ser definido.

Segundo familiares há alguns dias, a aposentada adoeceu e chegou a ser hospitalizada, mas não informaram por qual motivo. Nos últimos ela estava acamada.
Dona Evana nasceu na zona rural de Pedro Afonso. Antes de se mudar para a cidade, residia na Fazenda Bom Tempo, ou “sertão” como chamava.

Em entrevista concedida ao CNN em 2013, ela contou como era sua vida. “Morava no sertão. Vinha pra cá de balsa. Era feita dos talos de buriti. A gente trazia farinha, arroz, coco. Trazia para vender e pra comer. Fazia o azeite de coco para vender. Naquele tempo, trazia (as mercadorias), mas demorava para vender. Naquela época, não tinha valor. Hoje, não. A pessoa vinha e dava qualquer preço. Eu limpava arroz no pilão. Fazia calo na mão da gente. Eu olhava muitas crianças”, relatou a pedroafonsina centenária.

Na roça, a rotina de dona Eva começava bem cedo. E quando não estava lidando com os afazeres da propriedade rural, aproveitava as horas de descanso para fiar. “Eu trabalhei na roça. Comecei limpando arroz, aos seis anos. Eu fiava. Começava de manhã bem cedo, capinando. Ia até o horário de almoço. Enquanto ia descansar ia fiar. Aprendi a fiar com uma sobrinha minha. Ela já morreu há muito tempo”, contou.

Dona Eva perdeu a mãe ainda na infância. Após a morte dela, foi morar com a madrinha. Por lá ficou até se casar, na Igreja Matriz de São Pedro. O casal se separou. Depois da separação, foi morar com um companheiro, na zona rural. Chegou a ter cinco partos, mas todos os bebês morreram.

Após a morte do companheiro, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), dona Eva aceitou o convite do irmão, Manoel Bezerra, e foi morar com ele, em 1985, na residência localizada na Rua 26 de julho.
 

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