PIONEIRISMO

Emoção e reconhecimento marcam festa de 70 anos da Fazenda Brejinho

22/11/2015 15h44 - Atualizado em 30/11/2015 14h48

Fred Alves

Da pequena criação de 60 cabeças de gado leiteiro à integração lavoura-pecuária se passaram 70 anos da instalação da Fazenda Brejinho, mas um sentimento ainda é comum para os herdeiros do seu idealizador João Damasceno de Sá: o respeito pela terra de onde se tira o sustento.

Para celebrar as sete décadas da propriedade foi realizado na manhã da segunda-feira, 9 de novembro, uma solenidade especial na sede da fazenda, localizada a 17 quilômetros de Pedro Afonso. Momento de relembrar o pioneirismo de João Damasceno, que acreditou e investiu na região, e para reconhecer a contribuição de várias pessoas que trabalharam e ainda atuam na propriedade.

A programação teve momento ecumênico, exposição de documentos e objetos, além de um almoço onde reinou a integração da famílias dos proprietários com colaboradores e visitantes. Tudo visto de perto por Dona Dionea, esposa de Damasceno, que mesmo com problemas de saúde, estava presente.

“70 anos não são 70 dias. Devemos manter viva essa história”, disse a professora aposentada Odina Maranhão Sá de Andrade, uma das filhas de João Damasceno de Sá. Ela fez questão de citar os nomes dos vaqueiros que trabalharam na fazenda, como o primeiro Seu Joazinho, falecido há dez anos, e de outros que estavam na festa como Mariano Tavares, 74 anos, Raimundo Pinheiro Rodrigues, 75 anos, e José de Ribamar, 68 anos.

Aos 85 anos, Juarez Rodrigues dos Santos é o colaborador mais antigo da Fazenda Brejinho, onde trabalha desde o dia 1º de dezembro de 1970. Relembra com saudade de João Damasceno de Sá, a quem considera um amigo, e da evolução que ocorreu na propriedade ao longo dos anos. “O Damasceno era agoniado para ver as coisas prontas, mas era muito educado. A gente era muito amigo. Fico feliz com o crescimento da Brejinho, por ver filhos e netos continuarem o trabalho e por fazer parte desta história”, revela Juarez, que hoje contribuiu nas atividades de criação de gado da fazenda.

Planejando o futuro
Ronaldo Maranhão de Sá, outro dos quatro filhos criador da Fazenda Brejinho, afirmou que os administradores vivem intensamente o dia a dia da propriedade, que segundo ele, tem um papel socioeconômico importante para o município de Pedro Afonso. “Trabalhamos diariamente com planejamento e dedicação, produzimos alimentos e geramos empregos e renda”, ressaltou o produtor rural, que ainda lembrou que uma nova geração da família está sendo formada para continuar administrando a fazenda.

O engenheiro agrônomo João Damasceno de Sá Filho, que carrega com orgulho o nome do pai, fala das mudanças que ocorreram ao longo dos 70 anos da Fazenda Brejinho. Segundo ele, até 1984 a propriedade só criava gado. Em 1988, os filhos e genros começaram a produzir grãos, inicialmente cultivando arroz por quatro anos. Em 2007 começaram o projeto de diversificação de culturas, também com criação de gado em regime de confinamento, e o plantio de seringueira. Já em 2010 iniciaram o plantio de milho safrinha.

“Superamos os momentos de dificuldade com muito trabalho e planejamento. Estamos começando a andar com nossas próprias pernas. Nossa ideia agora é formar os futuros administradores da fazenda e identificar gargalos a serem solucionados. Depois pensaremos em uma próxima etapa que pode ser o processamento da nossa produção, para quem saber, no futuro, termos toda a cadeia produtiva feita aqui mesmo. Isso é um sonho”, disse Sá Filho. 

Clique aqui e conheça a história da João Damasceno de Sá. 

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