Educação e Cultura

OPINIÃO

As consequências psicológicas e sociais do desemprego

28/07/2015 12h46 - Atualizado em 30/07/2015 09h25
As consequências psicológicas e sociais do desemprego
Divulgação


Edísio Alves da Silva é licenciado em Filosofia pela PUC de Goiânia – GO, pós-graduado em Orientação Educacional pela Salgado de Oliveira, e recém-licenciado em Psicologia pela FIESC –UNIESP – Colinas do Tocantins – TO.

Reconhecidamente, o trabalho é fonte de sustento, acúmulo de capitais e faz parte do desenvolvimento e realização do homem, mas a ampliação de obstáculos ao acesso e inserção ao mercado de trabalho produz uma crise social e como consequência podendo gerar o aumento da vulnerabilidade juvenil, ampliando o individualismo e a frustração, causando desesperança e desanimo. A exclusão de uma ocupação no mercado de trabalho pode levar os jovens a utilizarem suas energias no vandalismo, ao invés de serem canalizadas para práticas reivindicativas para a melhoria de suas condições de vida, trabalho e no exercício da cidadania e da solidariedade.

A imagem que o indivíduo tem de si mesmo é construída, alimentada e mantida, pelas suas relações sociais, pela maneira como julga que os outros o veem. É, portanto, no relacionamento com o outro, nas atividades sociais, e pelo trabalho que se faz que o homem se reconhece e constrói sua identidade. Pode entender-se que qualquer alteração na relação do indivíduo com este trabalho, afeta sua identidade e sua autoimagem. Nessa linha de raciocínio, Carlotto e Kalil (2002) afirmam que trabalhando, o indivíduo identifica-se com os demais e reconhece-se como ser humano.

Portanto entende-se que a perda do emprego e a ruptura com o trabalho afetam profundamente a maneira como o indivíduo acredita ser reconhecido pelo outro e como ele próprio se reconhece, seu sentimento passa a ser de falta de controle de si, da situação e suas relações sociais ficam alteradas, de modo a afetar sua autoimagem, sua identidade, trazendo sofrimento psíquico ao desempregado causando sérios prejuízos a si próprio, à família e à sociedade. Moura (2001) cita estudos que relacionam o desemprego aos seguintes distúrbios: “depressão, alcoolismo, isolamento, irritabilidade, distúrbio do sono, entre outros”. Os indivíduos amostrados na pesquisa apontam os seguintes sentimentos causados pela perda do emprego: “desespero, choque, pavor, pânico combinado a sentimentos de vergonha, fracasso, inutilidade, incompetência, abandono e impotência”.

Essas são as prováveis consequências na vida do jovem que batalha em busca do seu sonho, o primeiro emprego, como do pai ou mãe de família que enfrenta a perda do seu emprego e não vê em curto prazo uma solução.

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