Segurança e Justiça

OPERAÇÃO RENASCIMENTO II

“Zezão”, acusado de chefiar o tráfico em Pedro Afonso, é preso com mais 12

13/08/2015 10h54 - Atualizado em 17/09/2015 10h49
“Zezão”, acusado de chefiar o tráfico em Pedro Afonso, é preso com mais 12
Parte dos presos acusados de tráfico de drogas

Fred Alves

Após dez meses de investigações e sem disparar um único tiro, a Polícia Civil prendeu, logo no início da manhã da quarta-feira, 29 de julho, 13 pessoas acusadas de tráfico de drogas e associação para o tráfico. As detenções ocorreram em Pedro Afonso e Bom Jesus do Tocantins, em cumprimento a mandados de prisão temporária válidos por 30 dias, expedidos pela juíza Luciana Costa Aglantzakis.

Chamou atenção na “Operação Renascimento II” a prisão de Gilberto do Bonfim Pereira, 35 anos, conhecido como “Zezão”, apontado como o principal traficante da região de Pedro Afonso e que também comercializava drogas em Paraíso do Tocantins e Porto Nacional. No momento da ação, ele estava com mais três homens e um adolescente de 12 anos, em um barraco no Setor Aeroporto II, em Pedro Afonso.

As três mulheres presas chegam na Cadeia FemininaOs demais presos são Maxuel Gama de Souza, 24 anos, Gleison Almeida Pereira, vulgo “Faísca”, 30 anos, Carlos Renato Villa de Melo Oliveira, vulgo “Paulista”, 29 anos, Mauricélia Pereira Guimarães, também conhecida como “Célia”, 40 anos, Clésio Soares Vila Nova, 19 anos, Rene dos Santos Carvalho, 19 anos, Marcos Vinícius Ferreira da Silva, vulgo “Piloto”, 19 anos, Edna Pinheiro da Silva, 26 anos, Cristina Vieira Sales, 20 anos, Francisco Machado de Oliveira, 38 anos, também conhecido como “Romarinho”, e os irmãos Lucas Noleto Lobo, 20 anos, e Mateus Noleto Lobo, 23 anos. 


Algumas pessoas que estavam com os suspeitos também foram detidas para averiguações.

Outros três acusados que tinham mandados de prisão já se encontravam recolhidos em unidades prisionais do Tocantins.

Ainda foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nos locais onde moram os suspeitos presos, resultando na apreensão de duas motos, um carro, drogas, aparelhos eletrônicos, duas espingardas artesanais “bate-bucha”, celulares e dinheiro.

Em Paraíso do Tocantins, uma equipe da Polícia Civil apreendeu um veículo Uno, uma TV 32 polegadas, um monitor de computador, uma caixa amplificada e um carregador de pistola. O veículo e os materiais estavam em um barracão que pertenceria a “Zezão”.

O trabalho coordenado pela equipe do delegado Regional de Pedro Afonso, Wlademir Costa de Oliveira, contou com a participação de 25 policiais de Pedro Afonso, Itacajá, Miracema do Tocantins e Guaraí, além de uma equipe do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), de Palmas.

As investigações para localizar um ponto de venda de drogas às margens do Rio Sono contaram com apoio do Destacamento da Companhia Independente de Polícia Militar Rodoviária e Ambiental (Cipra).

Depois de serem interrogados, os homens presos forama encaminhados para a Cadeia Pública de Miracema do Tocantins. Já as três mulheres permaneceram na Unidade Prisional Feminina de Pedro Afonso, onde ficarão à disposição da Justiça.

Quadrilha movimentava quase R$ 50 mil por mês
Em entrevista exclusiva ao CNN, o delegado Wlademir Costa, informou que a quadrilha do “Zezão”, movimentava entre R$ 40 a 50 mil por mês com a comercialização de drogas, principalmente maconha e crack, na região de Pedro Afonso. Devido ao comércio de entorpecentes ser feito em quantidades fracionadas, a Polícia Civil não sabe estimar a quantidade de entorpecentes vendida mensalmente. “Temos relatos de que o movimento de usuários era intenso nos pontos de vendas de drogas. Novas prisões devem ocorrer em breve”, disse o titular da 11º Delegacia de Polícia Civil. Ele explicou que a ação desta quarta-feira é um desdobramento da Operação Renascimento I, desencadeada em dezembro de 2014 é que resultou na condenação de 12 pessoas por tráfico e associação ao tráfico de drogas.

O CNN apurou que para dificultar o trabalho da polícia, “Zezão” mantinha pontos de venda de drogas, um deles no Aeroporto II, outro em uma área invadida em Bom Jesus do Tocantins e o terceiro num barracão de palha às margens do Rio Sono, em Pedro Afonso, próximo à ponte que dá acesso a Bom Jesus do Tocantins. Neste último local, conforme a Polícia Civil, “Zezão” costumava ficar deitado em uma rede, onde tranquilamente recebia e vendia drogas para usuários.

Ainda segundo o delegado Wlademir Costa, o grupo de “Zezão” é acusado de vários crimes ocorridos nos últimos tempos na região, entre eles o assassinato de Ronivon dos Santos Morais, conhecido como Roni Cowboy, 41 anos, encontrado enterrado em uma cova rasa no município de Bom Jesus do Tocantins, na noite de 19 de dezembro de 2014. Outro crime atribuído ao grupo foi o assalto à única lotérica de Bom Jesus, no dia 7 de abril deste ano, quando dois homens armados com revólveres levaram pouco mais de R$ 13 mil.

“Zezão” teria assumido o comando do tráfico na região em 2014, após a prisão na Operação Renascimento I de Alamir Campos Pereira, que fornecia drogas para traficantes que atuavam em Pedro Afonso e região. “Zezão” também é acusado de usar menores para vender drogas.

Para o delegado, o tráfico sofreu um duro golpe com a “Operação Renascimento II”. Para ele, deve diminuir o número de furtos de veículos e a residências e comércios – somente na última semana foram quatro m motos furtadas e uma loja de autopeças invadida. “Os furtos quase sempre são cometidos por viciados que surrupiam os produtos para trocar por drogas”, conclui Wlademir Costa.

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