Mara Santos/Jornal do Tocantins
Araguaína foi a segunda cidade do Estado a sofrer atentados, que começaram na última sexta-feira em Palmas em meio à greve dos Policiais Civis do Estado. Na noite dessa segunda-feira, 3, três ônibus foram incendiados, sendo dois dentro da garagem da Viação Lontra que presta o serviço de transporte público na cidade. Na ação os bandido afirmaram ser integrantes do Comando Vermelho.
O primeiro atentado aconteceu na garagem da por volta das 20 horas, onde dois ônibus foram incendiados. Cerca de 40 minutos depois outro ônibus, que presta serviço de transporte de estudantes da rede pública municipal, também foi queimado por bandidos no setor Monte Sinai.
Funcionários da Viação Lontra relataram que cerca de 15 homens armados invadiram a garagem da empresa, onde renderam e agrediram o vigilante. O grupo entrou no pátio da empresa e após amedrontar funcionários incendiou os dois veículos. Antes de deixar a empresa, o grupo ainda pichou as paredes da entrada da garagem com a sigla CV, em alusão ao Comando Vermelho.
Os proprietários e a advogada da empresa estiveram no local, mas ninguém quis comentar o ocorrido.
Cerca de 40 minutos depois, um ônibus de transporte escolar, que estava estacionado na porta de seu proprietário, foi incendiado no setor Monte Sinai. “Meu irmão estava em casa e ouviu uma explosão. Ao sair para ver do que se tratava, ele já deparou com o ônibus pegando fogo”, contou o dono do veículo, Claudemar Ferreira.
POLÍCIA
Delegados e agentes da Polícia Civil estiveram no local. Segundo eles, os atentados de Araguaína podem ter a mesma suposta motivação dos atentados em Palmas, a suspensão das visitas dentro dos presídios por causa da greve dos policiais civis.
“Sabemos que há um descontentamento entre os presidiários que estão sem receber visitas e sem ir às audiências e pode ser que pessoas estejam aproveitando disso para aterrorizar a população. Investigaremos se há relação entre os dois atentados, como também será investigada essa referência ao Comando Vermelho”, comentou o delegado Wilson Oliveira.
CAPITAL
A Capital foi a primeira a ter atentados a ônibus no Estado. O primeiro ataque ocorreu na noite da última sexta-feira, quando um ônibus da empresa Expresso Miracema, que atende o Sistema Integrado de Transportes do Município de Palmas (SIT), foi incendiado por volta das 23h50, na LO-10, entre as quadras 307 e 407 Norte.
Já na noite de sábado, mais dois ônibus da mesma empresa foram atacados em menos de 24 horas. Um deles foi incendiado na TO-050, próximo ao Jardim Aureny IV. Segundo uma testemunha, quando o veículo parou no ponto de ônibus, um homem rendeu o motorista com uma arma e mandou que todos descessem do carro.
Na ocasião, o bandido que incendiou o ônibus teria entregado ao motorista uma carta assinada com as sigla CV. A carta faz ameaças ao governo afirmando que se os direitos dos presos continuarem a ser violados “a chapa vai esquentar dentro e fora dos presídios”. A carta ainda afirma que, além dos ônibus, quartéis, delegacias e viaturas das polícias também podem ser vítimas de ataque.
Ataques
Cinco ônibus foram incendiados nos últimos dois dias no Estado. Dois deles em Palmas, no último sábado, e três em Araguaína, na noite de ontem. Ataques foram todos durante à noite.