Lia Raquel Mascarenhas Lacerda
Pedroafonsina, bacharela em Direito e escritora
Eu não sei você, mas boa parte da humanidade não gosta (usando de eufemismo) de receber críticas. Digo não apenas em relação às oposições políticas ou escolhas profissionais, como também das críticas ao ser/ ter. Antes de qualquer colocação contrária: não sou psicóloga. O profissional da mente falaria melhor do assunto. Ainda assim me "atrevi" - no melhor sentido da palavra- a escrever e estar aberta às indagações externas (com medo?! Talvez).
Desde a Grécia Antiga, os sofistas criticavam os que tinham um fraco discurso. Virando e revirando alguns séculos chegamos ao Iluminismo, às luzes do pensamento e do ser alguém e ter conhecimento, agora novo. Pensamentos antigos e ideias contrárias eram colocadas na guilhotina. Quase ninguém chegava a um bom acordo.
Enquanto isso no Brasil, ainda era tardio o grito da Independência ou morte! Por aqui, as críticas giravam em torno de uma sonhada melhoria à possível Pátria. Aos amantes da mudança, era boa coisa ; aos demais, digo: aos políticos ligeiramente enriquecidos, era motivo de brigas e críticas. Ninguém se entendia, outra vez.
E das Margens do Ipiranga até os nossos dias, não consigo notar muita diferença, aceitação às críticas- seja de maneira individual, seja em grupos, partidos, na coletividade. Receber críticas de maneira sábia nunca foi algo benquisto. Seja na Grécia ou em terras brasileiras- entender e aceitar mudanças requer uma habilidade muito grande com o ego. O ser humano por mais que viva buscando, escrevendo, postando e curtindo mudanças, possui dificuldades em aceitar críticas e a partir daí, recomeçar.
Deixo claro que falo de boas críticas, as que nos (re)constroem, as que nos fazem pessoas melhores. Acredito que a sensação de que o "outro" queira interferir e o sentimento de autoconfiança aliado ao de "eu sou melhor", acabam atrapalhando esse processo.
Já preparamos as malas e nos despedimos do cansado 2014. Seguiremos agora a uma nobre e abençoada viagem no voo 2015. Estamos todos nós no mesmo aeroporto: vida. Teremos algumas turbulências, mas com fé e amor a Deus, elas serão de bastante felicidade. Que, a partir das críticas, possamos alçar voos maiores e melhores. Assim, pousaremos nos nossos sonhos e nas nossas alegrias.
Votos de um excelente 2015 ao lado de Jesus!