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APÓS AUDIÊNCIA

Prefeitura diz que abastecimento de água em Bom Jesus deve ser regularizado

17/09/2014 12h11 - Atualizado em 23/09/2014 16h48
Prefeitura diz que abastecimento de água em Bom Jesus deve ser regularizado
Fred Alves

Fred Alves

Um segundo porto artesiano deve entrar em operação até o final deste mês de setembro e vai atender, principalmente, o Setor Aeroporto, bairro que mais sofre com a falta de água em Bom Jesus do Tocantins, e atualmente é atendido por um caminhão e um trator pipa. Essa foi a principal deliberação da audiência pública realizada na manhã da sexta-feira, 12 de setembro, na Câmara de Vereadores do município. A reunião foi realizada pela Defensoria Pública, após solicitação dos moradores da cidade.

Na ocasião, o defensor público Felipe Lopes Barboza Cury, que ao lado da defensora Teresa de Maria Bonfim Nunes, conduziu a audiência, afirmou que na segunda-feira, 15 de setembro, enviará ofício à Saneatins solicitando informações sobre o prazo para a conclusão das obras de implantação do poço. Segundo o defensor público, caso não seja sanado o problema, os representantes do órgão vão se reunir com a Prefeitura de Bom Jesus e se for necessário serão tomadas providências cabíveis na esfera jurídica.

“A Saneatins nos garantiu que até o final deste mês, será ativado o segundo posto. Será interligado a Estação de Tratamento de Água, de lá a água será distribuída para o Setor Aeroporto. Temos tentado 24 por dia sanar esse problema”, disse o secretário de Obras e Desenvolvimento Urbano, Arivaldo Lopes de Lima.

Já o vice-prefeito e atual secretário de Administração de Bom Jesus, Pedro Machado. afirmou que o município também aguarda, para depois do período eleitoral, a liberação de um recurso federal no valor de R$ 256 mil, para obras de instalação de mais um poço artesiano e 2705 metros de redes de abastecimento de água, em ligações domiciliares e colocação de hidrômetros. Segundo Machado, o projeto foi aprovado na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), já houve licitação para escolha da empresa responsável pelos serviços e o recurso já está empenhado. “Após o início, a empresa tem um prazo de 120 dias para entregar obras”, explicou.

Clamor popular
Entre a população que sofre com a falta de água o clima é de revolta. A comerciante Jane Cristina considera desumana a situação das famílias. “As pessoas não têm condições de vida. É inaceitável em pleno século XXI as pessoas ainda terem que pegara água em garrafinhas, algumas ficam até 20 dias sema água”, informou.

O jardineiro Manoel Ricardo afirma que há 12 anos escuta que o problema da água no município será resolvido, mas nada de concreto é feito. “Quando procuramos a Defensória Pública e o Ministério Público damos um grito de socorro. Queremos pagar pela água, não queremos nada de graça”.

Já o missionário Alessandro Barbosa da Silva, que recentemente se vestiu de palhaço na cavalgada da cidade para protestar, alertou para as dificuldades enfrentadas pelas crianças quem vão à escola e dormem sem tomar banho. O morador também disse que o poder público municipal pode contar com a comunidade para tentar resolver o problema.

Decisão judicial
A reportagem do CNN teve acesso a uma decisão da juíza Luciana Costa Aglantzakis, do dia 21 de junho de 2014, estipulando ao Município de Bom Jesus do Tocantins, que no prazo de um ano regularize o abastecimento de água no município de Bom Jesus, sob pena de ter que pagar multa diária de R$ 1.000,00. A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual.
 

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