Fred Alves
Os vereadores Sirleide do Movimento e Sipriano, ambos do PMDB, tiveram uma contenda acalorada com direito a troca de acusações na sessão da Câmara Municipal de Pedro Afonso, na manhã da terça-feira, 8. Essa não foi a primeira vez que os colegas de partido discutiram.
O entrevero começou durante a votação do requerimento de Sirlelide solicitando que a Prefeitura de Pedro Afonso envie mensalmente à Câmara Municipal relatório dos processos licitatórios de contratação de empresas, a quantidade de licitações, datas de realizações de licitações e cópias de contratos firmados com as empresas vencedoras.
“Não estou duvidando da idoneidade da administração municipal. Sou procurada por moradores querendo saber informações sobre as licitações e contratos realizados pela Prefeitura de Pedro Afonso. Também vou solicitar a relação de todos os contratos temporários do Município”, justificou Sirleide. “Sou da base do governo e às vezes tenho vergonha de não saber algumas informações”, completou.
Ao votar contra o requerimento, Sipriano, líder de governo na Casa de Leis, disse que considerava a matéria improcedente e que o envio de cópias dos documentos poderia onerar a prefeitura. Segundo ele, a vereadora tem acesso e pode ir aos órgãos competentes solicitar as informações, e os dados também estão disponíveis no Portal da Transparência do Município. “A vereadora tem toda a liberdade para solicitar as informações”, disse o peemedebista.
Diante da negativa do colega de partido, Sirleide declarou que ele estava desrespeitando a Lei Orgânica do Município e a Constituição Federal. “Apresentar requerimentos é uma prerrogativa do vereador. É um direito do vereador requerer e o município prestar as informações”, afirmou a vereadora, já elevando o tom de voz e disparando: “Realmente tenho que deixar de ser vereadora, porque não posso fazer requerimentos”.
Em seguida, Sirleide acusou Sipriano: “Fica 24 horas falando mal da minha pessoa no Setor Aeroporto II”. A parlamentar justificou que a instalação da rede de energia elétrica para atender famílias atendidas pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) no bairro, ocorreu porque os projetos estruturais atendiam as exigências da concessionária de energia elétrica. Ela ainda disse que a área que não foi contemplada teria sido invadida “a mando de políticos inescrupulosos”.
“Repudio um colega de partido votar contra o requerimento”, reclamou Sirleide. A parlamentar ainda afirmou que o prefeito Jairo Mariano trabalha para atender as necessidades das mais de 500 famílias do Aeroporto II que ainda não contam com rede de energia elétrica.
Em resposta Sipriano acusou Sirleide de ter “implantado um reinado de discriminação no Aeroporto II”. “Vossa Excelência deixou mais de 600 famílias sem energia elétrica. Não fizeram a rede de baixa tensão para que os invasores não pudessem ligar a energia”, disse o vereador, informando ainda que ficou 120 dias realizando o mapeamento de ruas e avenidas do bairro, procedimento necessário para instalação de energia elétrica que atenderá o restante das famílias. Sipriano ainda negou que tenha falado mal de Sirleide do Movimento. “A única coisa que falo é que a senhora só lutou para levar energia para suas casinhas. Mas, o pessoal da invasão tem medo da senhora”, concluiu o líder de governo.
Por último Sirleide disse “que não era prefeita e cabia ao poder público resolver o problema e fez uma revelação inusitada. “Solicitei a rede para todo o setor. Plantaram que vão cortar meu cabelo seu eu for lá [na invasão do Setor Aeroporto II]”, disse a vereadora mostrando o longo cabelo.
Votação
Na sequência da votação, o requerimento foi aprovado por quatro votos a favor, um contra de Sipriano e a abstenção do vereador Toinho (PTB). Votaram a favor a autora da matéria e os vereadores Lili Benício (PSD), Irene do Sindicado (PDT) e Rodrigo Lustosa (PSD).
Os vereadores Mirleyson Soares (PT) e Salim Bucar (SDD) não compareceram à sessão.