Fred Alves
O depoimento de uma nova testemunha pode complicar a situação do motorista Roni da Silva Vale, que dirigia o caminhão de bebidas que se envolveu na batida com um UNO da Secretaria de Saúde de Pedro Afonso, no último dia 18 de fevereiro.
O estudante Lucas França, de apenas 7 anos, faleceu um dia após o acidente, no Hospital Geral de Palmas (HGP). Outras três pessoas ficaram feridas gravemente. Manoel Divino, motorista do UNO, acabou perdendo a visão do olho esquerdo. Luciene da Silva França, mãe de Lucas França, quebrou os tendões da mão direita, o braço esquerdo e o maxilar, e uma criança de três anos sofreu fraturas nas duas pernas.
Na manhã dessa quarta-feira, 12 de março, com exclusividade para o CNN, o delegado responsável pelas investigações, Wlademir Costa, deu detalhes sobre o depoimento de uma testemunha chave no caso.
Sem citar o nome, afirmou que uma mulher narrou com detalhes os momentos que antecederam a colisão que vitimou o estudante. Ela contou ao delegado ter começado a beber cerveja com o motorista e outras três pessoas, por volta das 20 horas, em um bar no centro de Pedro Afonso. Conforme o depoimento da mulher, por volta da meia-noite, ela e o motorista saíram no caminhão e foram até um local próximo ao Loteamento Canavieiras, onde mantiveram relação sexual.
Ao retornarem, o motorista, que estaria bêbado e trafegando em alta velocidade, colidiu com o veículo da Secretaria Municipal de Saúde. No depoimento, a mulher diz que alertou o motorista. “Roni vai mais devagar”, consta na declaração. Ela acrescenta que neste momento ele passou bruscamente sobre um quebra-molas, perdeu o controle, atravessou para a pista contrária, colidiu com o UNO e caiu em um barranco.
Ainda segundo o delegado, o depoimento da mulher contradiz o do motorista prestado na Delegacia de Colinas do Tocantins, quando Roni deu outra versão, que a autoridade policial classifica como “inventada”.
Na declaração o motorista afirma que vinha a cerca de 50km por hora e teria freado bruscamente na lombada para preservar a carga de bebidas do caminhão, e devido a pista estar molhada perdeu o controle. Sobre o fato de fugido do local, Roni afirmou que se evadiu temendo por sua integridade física, mas que pediu a colegas para avisarem a polícia sobre o acidente.
No depoimento Roni ainda relata que teria ido apenas deixar a mulher na casa dela. Uma informação que chama atenção, pois a mulher mora na Rua da Liberdade, no Setor Bela Vista I, e o caminhão na hora do acidente vinha do Canavieira com destino ao trevo da entrada de Pedro Afonso, em sentido bem diferente ao da residência da sua acompanhante.
O delegado não informou a data para conclusão do inquérito e lembrou que ainda serão ouvidas mais testemunhas. Ele também aguarda o resultado da perícia realizada no dia do acidente.